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Operação Lava Jato

- Publicada em 21 de Setembro de 2016 às 19:42

Estão com medo de que eu volte à presidência, diz Lula

Em discurso realizado ontem, na cidade de Crato (a 500 quilômetros de Fortaleza, Ceará), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou o processo em que é réu desde terça-feira e afirmou que "estão com medo" de que ele volte à presidência da República.
Em discurso realizado ontem, na cidade de Crato (a 500 quilômetros de Fortaleza, Ceará), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou o processo em que é réu desde terça-feira e afirmou que "estão com medo" de que ele volte à presidência da República.
Lula disse que, há exatamente dois anos, "uns jovens do Ministério Público, do Judiciário e da Fazenda" o investigam. Segundo o petista, "quem não pode falar bem de si fala mal dos outros".
No discurso, transmitido pelo Instituto Lula, o ex-presidente voltou a repetir que, se encontrarem um centavo roubado por ele, pedirá desculpas publicamente. "Mas se não encontrarem, quero que tenham a mesma dignidade e peçam desculpas por desonrar um homem que teve a ousadia de tirar o povo do século 18."
Já em Barbalha, na região do Cariri cearense, Lula disse que está "ofendido" e "magoado" por ter, aos 71 anos de idade, a vida "futucada por uns meninos do MPF (Ministério Público Federal)". "Depois de dois anos de futuca, futuca e futuca, não encontrando nenhuma prova, porque eles têm de saber que não tenho o estudo que eles têm, mas tenho a vergonha na cara que muita gente não tem. E se tem uma coisa que eu me orgulho é de olhar na cara de uma mulher, de um homem e de uma criança e dizer para vocês que, no dia em que acharem um real na minha vida que não seja meu, eu não valho mais ter a confiança de vocês", disse Lula, em palanque montado para o candidato a prefeito da cidade, Fernando Santana (PT).
Reafirmando não haver provas que o incriminem, o ex-presidente sugeriu que lhe pedissem desculpas pelas acusações. E ironizou: "Eu realmente fiz muito mal para este país. Garantimos 41 milhões de cisternas neste Nordeste para diminuir o sofrimento do povo. Garantimos que pobre no Ceará possa viajar para visitar seus parentes em São Paulo de avião. Talvez eu tenha cometido crime de ter criado o Bolsa Família. Talvez eu tenha cometido o crime de colocar filho de pobre na universidade".
O ex-presidente disse que ele e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) fizeram mais pelos pobres e pelo Ceará do que qualquer outro presidente brasileiro. E fez questão de citar a ajuda dos irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT), aliados, segundo Lula, nos bons e maus momentos. Ciro e Cid não participaram do ato em Barbalha.

Paulo Pimenta defende Lula e acusa Moro de falta de isenção

Em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal gaúcho Paulo Pimenta, vice-líder da bancada do PT na Câmara, fez duras críticas ao juiz federal Sérgio Moro. Pimenta disse que a sigla não está surpresa com o acolhimento da denúncia contra Lula, mas disse que Moro não tem condições de continuar presidindo a ação por falta de isenção.
Para Pimenta, Moro confunde seu papel com o de um promotor ou delegado de polícia, o que tira dele a isenção exigida para um magistrado. "Ele já tem uma posição preconcebida e que age de maneira seletiva procurando criminalizar o presidente Lula, mesmo sem a existência de provas", emendou.
Para Pimenta, a ação reforça que Lula é "um perseguido político da Lava Jato", cujo objetivo é impedi-lo de ser candidato à presidência em 2018. "A velocidade com que o Moro aceitou a denúncia demonstra que o objetivo dele é proporcionar uma condenação em curto prazo para que seja feito um recurso para o tribunal e, mantida essa decisão, pela Lei da Ficha Suja, o presidente ficará inelegível. Este é o último capítulo do golpe", concluiu.