O presidente nacional do PT, Rui Falcão, começou os pronunciamentos, lendo nota de repúdio emitida pelo diretório nacional do partido, em que classificou de "espetáculo midiático" a apresentação do procurador Deltan Dallagnol. Para Falcão, a postura do procurador é uma prova da participação de "sua turma" no golpe contra Dilma Falcão. "A denúncia, sem provas, conspira contra a legalidade", disse.
Depois da fala de Falcão, Lula tomou o microfone e disse que não iria agir como ex-presidente, um "cara perseguido", reivindicando algum favor. "Não vou fazer um show de pirotecnia como fizeram ontem", disse, arrancando risos da plateia. Ele ainda afirmou que faria ali uma "declaração pura e simplesmente de um cidadão indignado".
Lula afirmou que seus opositores querem "extirpar" o PT da história da política brasileira. "Nunca imaginei passar pelo que estou passando agora", declarou Lula.
Ele disse que defende um Ministério Público e uma Polícia Federal fortes, mas que esses órgão sejam cada vez mais responsáveis. Ele declarou que o governo do PT foi o que mais fortaleceu as instituições no País.
"Eu duvido que nesse País alguém ou algum partido representado pelo governo Dilma e pelo meu fizeram mais para fortalecer as instituição que defendem o Estado nesse País", disse. Lula afirmou que seu governo "tirou o tapete que escondia a corrupção neste País" ao criar por exemplo o Portal da Transparência e efetivar a Lei de Acesso à Informação.
O fortalecimento da Polícia Federal e aceitar indicação do Ministério Público para o cargo de procurador-geral da República também foram atitudes destacas pelo petista. "Antes havia um 'engavetador geral da república'", repetiu Lula, em referência ao procurador Geraldo Brindeiro, que ocupou o cargo de 1995 a 2003. Para o ex-presidente, o Brasil vive hoje um momento que a lógica não é mais os autos do processo, mas a manchete.
Lula voltou a se declarar como honesto e inocente. "Só tem um jeito de a pessoa não ser perseguida pela política desse Pais, é ser honesta e cumprir com suas obrigação", disse o ex-presidente, reforçando que ninguém está acima da lei. "Nem procurador, nem delegado e nem ninguém da Suprema Corte", falou. Com informações do Estadão Conteúdo.