Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 13 de Setembro de 2016 às 22:15

Ex-presidente da OAS diz que pagou para abafar CPI

Em depoimento à Justiça ontem, o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, admitiu que pagou cerca de R$ 3,8 milhões para abafar as investigações da CPI da Petrobras, em 2014. Os pagamentos, segundo o empreiteiro, foram feitos aos ex-senadores Vital do Rêgo (PMDB), atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e Gim Argello (ex-PTB), preso pela Operação Lava Jato, além do deputado federal gaúcho Marco Maia (PT).
Em depoimento à Justiça ontem, o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, admitiu que pagou cerca de R$ 3,8 milhões para abafar as investigações da CPI da Petrobras, em 2014. Os pagamentos, segundo o empreiteiro, foram feitos aos ex-senadores Vital do Rêgo (PMDB), atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e Gim Argello (ex-PTB), preso pela Operação Lava Jato, além do deputado federal gaúcho Marco Maia (PT).
Segundo o relato de Pinheiro, Vital do Rêgo e Gim Argello, presidente e vice-presidente da CPI instalada naquele ano, teriam afirmado que poderiam adiar requerimentos e controlar o calendário da investigação, além de impedir a convocação de determinados empreiteiros. Eles pediram R$ 5 milhões, mas o empreiteiro só pagou R$ 2,8 milhões. "Eles (Rêgo e Argello) me disseram o seguinte: nós podemos ajudar, e muito. Agora, o senhor vai ter que ajudar financeiramente", declarou Pinheiro.
Maia era o relator da CPI, e teria pedido R$ 1 milhão para proteger a OAS. O empreiteiro afirmou que o deputado foi "muito incisivo". "Ele me falou: o produto final da CPI é um relatório. Eu tenho preponderância nisso", diz Pinheiro.
Os repasses a Vital do Rêgo, segundo Pinheiro, foram divididos entre doações oficiais ao PMDB nacional, que recebeu R$ 1 milhão da OAS, e doações por caixa-2, que somaram R$ 1,5 milhão.
Argello teria recebido por meio de uma doação de R$ 350 mil a uma igreja do Distrito Federal, e Maia por meio de um empresário de seu círculo de relacionamento, cujo nome não foi revelado.
Pinheiro ainda mencionou a presença do ex-ministro de Dilma Rousseff, Ricardo Berzoini (PT), numa reunião que teve com Argello e Rêgo. Berzoini estava na casa de Argello, em Brasília, para tratar do tema, e teria dito que o governo estava "preocupado" com a CPI. "O ministro me relatou que era uma preocupação muito grande do governo Dilma o desenrolar dessa CPI, e que gostaria que as empresas pudessem colaborar para que as investigações não causassem nenhum prejuízo ao governo", afirmou Pinheiro.
Berzoini se retirou após cerca de 40 minutos, segundo o empreiteiro, que entendeu a presença do então ministro como "um instrumento de pressão".
Todos os citados pelo ex-presidente da OAS negaram as acusações. Em nota, Vital do Rêgo declarou que "jamais negociou, com quem quer que seja, valores relacionados a doações ilícitas de campanhas eleitorais ou qualquer tipo de vantagem pessoal". O peemedebista disse que refuta "com veemência" as acusações, que afirma serem "infundadas" e "desacompanhadas de qualquer prova".
Gim Argello nega que tenha cometido qualquer irregularidade e diz que jamais pediu doação ou propina em troca de abafar a CPI.
Marco Maia afirmou que as declarações do empreiteiro são "mentirosas, fruto de retaliação de um criminoso" por ele indiciado na CPI. "Fui relator de uma CPMI em 2014, onde foi pedido o indiciamento daqueles que hoje me acusam. Foram 52 indiciamentos, mais o pedido de investigações de 20 empresas", disse. "Não recebi nenhuma doação para minha campanha eleitoral de 2014 de quaisquer empresas que estivessem sendo investigadas por tal CPMI."
Berzoini também refutou as acusações e disse que a reunião citada não aconteceu.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO