Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

impeachment

- Publicada em 01 de Setembro de 2016 às 18:06

Dilma Rousseff recorre ao STF para anular a sessão

 José Eduardo Cardozo alega inconstitucionalidade nos argumentos

José Eduardo Cardozo alega inconstitucionalidade nos argumentos


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) apresentou, nesta quinta-feira, uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a condenação no impeachment e determinar que o Senado realize uma nova votação no processo. O mandado de segurança foi distribuído por sorteio para o ministro Teori Zavascki, que será o relator do caso.
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) apresentou, nesta quinta-feira, uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a condenação no impeachment e determinar que o Senado realize uma nova votação no processo. O mandado de segurança foi distribuído por sorteio para o ministro Teori Zavascki, que será o relator do caso.
Na ação, Dilma solicita que seja feito um novo julgamento no Senado, dessa vez, porém, sem levar em conta dois artigos da Lei nº 1.079, de 1950, usados pela acusação para imputar crimes de responsabilidade. Ela também pede que o atual presidente da República, Michel Temer (PMDB), volte à condição de vice até o julgamento final.
Os principais argumentos apresentados na peça da defesa pelo advogado José Eduardo Cardozo (PT) são que foram aplicados preceitos inconstitucionais, uma vez que o texto da Lei 1.079/50 não consta na Constituição de 1988; e que devem ser considerados apenas os fatos narrados na inicial, sem que sejam agregados fatos novos ao curso do processo. "Estas graves violações ao ordenamento jurídico ocorreram no processo que culminou com a condenação da Impetrante", diz o documento.
Na Lei de 1950, constam como crimes de responsabilidade do presidente: ordenar despesas não autorizadas por lei ou sem observância das prescrições legais relativas às mesmas; abrir crédito sem fundamento em lei ou sem as formalidades legais; contrair empréstimo, emitir moeda corrente ou apólices, ou efetuar operação de crédito sem autorização legal; alienar imóveis nacionais ou empenhar rendas públicas sem autorização legal; negligenciar a arrecadação das rendas impostos e taxas, bem como a conservação do patrimônio nacional.
Já a Constituição diz que são crimes de responsabilidade do chefe do Executivo os atos contra: a existência da União; o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; a segurança interna do país; a probidade na administração; a lei orçamentária; o cumprimento das leis e das decisões judiciais. O artigo 11 também possui parágrafo único que diz que "esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento".
Comparando o sistema eleitoral brasileiro com o norte-americano, a defesa de Dilma disse ainda que o pluripartidarismo no país faz com que o vice-presidente conspire contra o presidente, uma vez que as eleições são disputadas por chapas integradas por candidatos de diferentes partidos. "Ao invés de cooperar com o presidente, no sentido da garantia da governabilidade, o vice-presidente tem fortíssimos estímulos institucionais para se engajar em conspirações."
Os problemas do pluripartidarismo, porém, não apareceram no impeachment do ex-presidente e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), porque, naquela ocasião, de acordo com a defesa da ex-presidente, "todas as forças políticas de relevância no Brasil apoiavam o impeachment do presidente (Collor)". "O impeachment foi objeto de consenso", diz o texto.
"Essa consensualidade garantiu que o julgamento abarcasse grau razoável de juridicidade, e as disfunções do impeachment em um sistema pluripartidário e excessivamente pragmático, como o brasileiro, não se revelaram."
 

PSDB vai ao STF contra direitos políticos da ex-presidente

O PSDB vai entrar, nesta sexta-feira, com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão do Senado de permitir que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) exerça funções públicas. O recurso será assinado também pelo DEM. Após a votação que cassou o mandato da petista no Senado, 16 dos 61 senadores que defenderam o afastamento definitivo optaram por manter os direitos políticos de Dilma.
Os tucanos querem impedir a divisão da votação da pena de Dilma em duas partes. Na primeira, cassou-se o mandato, mas a segunda garantiu o direito dela de exercer funções públicas.
O PSDB cogitou, na quarta-feira passada, recorrer ao STF, mas os advogados da sigla temeram que isso poderia prejudicar a votação principal. Como Dilma entrou com uma ação questionando a votação inteira, os tucanos avaliaram que o assunto já entraria na pauta.
A decisão do Senado de permitir que a ex-presidente Dilma assuma cargo público mesmo após cassada causou crise na base aliada de Michel Temer (PMDB). Parlamentares do PSDB e do DEM acusaram o PMDB de ter feito um acordo para "livrar" Dilma e amenizar sua pena por crime de responsabilidade.