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Patrimônio

- Publicada em 13 de Setembro de 2016 às 22:35

Plano do 4º Distrito prevê autonomia energética

Turkienicz quer estimular clusters de atividades econômicas e sociais

Turkienicz quer estimular clusters de atividades econômicas e sociais


FREDY VIEIRA/JC
A menina dos olhos da prefeitura de Porto Alegre tem sido a proposta de revitalização do 4º Distrito, nos entornos da avenida Farrapos. O plano de revitalização urbana e reconversão econômica da região foi apresentado ontem, no Espaço Cultural Vila Flores, pelo arquiteto e professor Benamy Turkienicz, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). O projeto solicitado pelo município prevê, por exemplo, a autonomia energética da região, através de placas fotovoltaicas nas coberturas e fachadas dos prédios. A medida supriria a demanda de energia dos 6 mil postes de luz e sobraria para garantir o serviço em 1,5 mil residências.
A menina dos olhos da prefeitura de Porto Alegre tem sido a proposta de revitalização do 4º Distrito, nos entornos da avenida Farrapos. O plano de revitalização urbana e reconversão econômica da região foi apresentado ontem, no Espaço Cultural Vila Flores, pelo arquiteto e professor Benamy Turkienicz, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). O projeto solicitado pelo município prevê, por exemplo, a autonomia energética da região, através de placas fotovoltaicas nas coberturas e fachadas dos prédios. A medida supriria a demanda de energia dos 6 mil postes de luz e sobraria para garantir o serviço em 1,5 mil residências.
Segundo Turkienicz, a região se encontra degradada, mas possui grande potencial, pois é entrada e saída obrigatória da cidade e pode conectar as zonas Sul e Norte. É dividida em duas partes, separadas pela avenida Farrapos. O lado Leste está integrado à cidade, com possibilidades de transporte e serviços públicos, mas o lado Oeste não. A intenção é que a Farrapos sirva de via de articulação, e não mais de separação.
O projeto foi baseado em duas estratégias e oito objetivos. Na estratégia regional, a ideia é criar programas econômicos e sociais profícuos para toda a região, com atividades de saúde, tecnologia, economia criativa e Ensino Superior. Na municipal, o foco é esquematizar moradias, serviços, ofertas culturais e de lazer.
O primeiro objetivo é incorporar dinâmicas metropolitanas e municipais a novos investimentos econômicos e sociais no 4º Distrito, através de redes de transporte, parcerias público-privadas e clusters. "Queremos consolidar o que já existe na região, em termos de arranjos produtivos, e estimular a criação de clusters de atividades econômicas e sociais baseadas no sistema de hélice quádrupla: gastronomia, hotelaria, construção civil e distrito criativo", relata o arquiteto.
O segundo é preservar, valorizar e qualificar o patrimônio construído, o que só é possível, conforme Turkienicz, a partir do incentivo a atividades econômicas. "Acreditamos que as edificações contemporâneas podem conviver com as antigas, se mantivermos as proporções. Se um prédio espigão é construído ao lado de uma casa antiga, esta última fica invisível, por exemplo", cita. Para tanto, é preciso pensar a cidade a partir da quadra, e não do lote, como hoje é feito.
Em terceiro lugar, a intenção é incorporar a agenda ambiental em Porto Alegre, promovendo infraestrutura verde para o gerenciamento de águas urbanas, o manejo de resíduos e a produção de energia. "Criar bacias de retenção é importante para quando o volume de água é muito grande. Se usássemos essas bacias nas principais ruas do 4º Distrito, reduziríamos muito os alagamentos, e o custo da prefeitura no combate a enchentes seria reduzido de R$ 180 milhões para R$ 30 milhões por mês, ou seja, seis vezes menor", ressalta o arquiteto. A instalação de placas de energia solar para autonomia energética da região é outra das iniciativas propostas.
Melhorar a mobilidade e os padrões de acessibilidade urbana é o quarto objetivo. O quinto é intensificar a urbanidade a partir, por exemplo, de espaços públicos adequados para permanência e interação de pessoas de diversas faixas etárias. O projeto deve envolver calçadas largas.
 

Higienização social será evitada

A qualificação da região não deve gerar uma higienização social no local, que, hoje, possui baixo custo de moradia. No sexto objetivo do plano de revitalização, consta a produção habitacional inclusiva, a partir de incentivos urbanísticos e fiscais. A proposta é que todos os investimentos no 4º Distrito tenham um percentual destinado a um fundo, administrado por um comitê, a ser usado para a construção de habitações e equipamentos de interesse social. "Queremos também diversificar os padrões dessas habitações, a fim de não gerar um estigma de que ali mora uma pessoa pobre", aponta Turkienicz. Também seriam ampliadas as ofertas de saúde e educação infantil e fundamental.
Na área de inovação, a proposta do sétimo objetivo é estimular parcerias entre poder público, universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento, a fim de tornar a região um local de experimentação. Por fim, o oitavo é incorporar mecanismos de participação social nas decisões sobre a área, através de um grupo gestor.