Cezar Schirmer assume como secretário na quinta-feira

Ainda em transição da prefeitura de Santa Maria para a Secretaria Estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer assumirá o novo cargo na quinta-feira. Nesta segunda-feira, ele teve sua primeira reunião com os gestores da Brigada Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, da Superintendência de Serviços Penitenciários e do Instituto Geral de Perícias.

A pouca experiência de Schirmer na área e sua imagem pública ligada à tragédia da boate Kiss, em janeiro de 2013 em Santa Maria, quando 242 pessoas morreram em um incêndio, têm rendido duras críticas sobre a nomeação. O secretário, contudo, não se deixa abalar. "Prefiro assumir com uma expectativa baixa, para surpreender, do que assumir com uma alta e surpreender negativamente", afirma.

O governador José Ivo Sartori determinou três tarefas prioritárias ao novo secretário. A primeira é superar as dificuldades burocráticas, a fim de executar as medidas anunciadas nos últimos dias, como a nomeação de 990 novos policiais, a troca de imóveis do Estado por vagas prisionais e a criação de incentivos para a permanência de servidores com tempo para se aposentar e para o retorno daqueles já aposentados. A segunda é ampliar o número de vagas nos presídios em curto espaço de tempo, e a terceira, aumentar o policiamento nas ruas. "Está na hora de o poder público enfrentar a violência com firmeza e convicção, tirando os criminosos das ruas, para reduzir os índices de criminalidade", destaca Schirmer.

O secretário reiterou que a segurança, apesar de ser um dever do Estado, também é responsabilidade de todos. "Temos consciência de nossa imensa e maior responsabilidade, mas precisamos fazer uma soma de todos os esforços", ressalta. Mesmo assim, Schirmer considera as possibilidades limitadas, pois há falta de recursos e algumas políticas são de responsabilidade do governo federal, como as relativas ao contrabando de armas nas fronteiras e as de combate às drogas.

Apesar da presença da Força Nacional em Porto Alegre, o fim de semana foi violento: sete homicídios aconteceram na Capital, 28 no Estado. O secretário alegou não conhecer esses números, mas acredita que, se o reforço não estivesse aqui, talvez os índices fossem mais elevados. "Não quero antecipar nenhuma medida mais precisa, para não vender falsas ilusões, mas asseguro que a prioridade do governo é a segurança. Porém, não se muda uma realidade do dia para a noite."