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Consumo

- Publicada em 29 de Setembro de 2016 às 18:40

Varejo deve fechar ano com queda de 5,1%

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) projeta que o varejo brasileiro fechará o ano com queda de 5,1% em relação a 2015. A previsão é para o varejo restrito, ou seja, que não considera os setores de automóveis e de material de construção. A projeção é elaborada pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal/ACSP e utiliza como bases o Índice Nacional de Confiança (INC/ACSP) e dados do IBGE.
A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) projeta que o varejo brasileiro fechará o ano com queda de 5,1% em relação a 2015. A previsão é para o varejo restrito, ou seja, que não considera os setores de automóveis e de material de construção. A projeção é elaborada pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal/ACSP e utiliza como bases o Índice Nacional de Confiança (INC/ACSP) e dados do IBGE.
A queda é mais acentuada do que a registrada em 2015 com relação a 2014 (-4,3%). Isso, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), reflete a confiança do consumidor que, apesar de ter parado de cair, continua em patamar muito baixo. Os fatores desta visão negativa são a conjuntura macroeconômica, com juros e inflação altos e salário e emprego em baixa.
Porém, o recuo de 5,1% é menor do que o registrado no acumulado de janeiro a julho (-6,7%). Para a ACSP, isso mostra que as quedas devem arrefecer nos próximos meses devido à base fraca de comparação do segundo semestre de 2015. Além disso, a redução dos estoques e a possibilidade de aumento da confiança do consumidor diante das mudanças políticas e econômicas podem contribuir para diminuir o ritmo de queda.
"Esperamos a concretização das mudanças necessárias para o ajuste, a viabilização de investimentos e o destravamento da economia, o que vai melhorar a confiança e, consequentemente, o varejo", afirma Burti.

Associação supermercadista vê tendência de vendas superarem estimativas para o ano

As vendas do varejo de supermercados estão superando as expectativas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Após divulgar um crescimento real do faturamento de 0,8% entre janeiro e agosto na comparação com igual período do ano anterior, o superintendente da entidade, Marcio Milan, avaliou que o desempenho total em 2016 pode chegar mais perto de um crescimento de 0,7%, superando a estimativa oficial da entidade para o ano, que é de 0,45%.
Milan considerou que os resultados do setor entre junho e agosto indicam uma reversão da tendência de queda no faturamento. Foram ao todo nove meses em que as vendas acumuladas ficaram no território de queda, no período entre julho de 2015 e maio deste ano. O único alívio neste intervalo havia acontecido temporariamente, com alta nas vendas de Páscoa. Mas agora a Abras entende que há uma trajetória mais sustentada para a recuperação.
Apesar do tom otimista, Milan considerou que os próximos meses tendem a ser de um crescimento menos acelerado do que a de agosto. Apenas no mês passado, as vendas subiram 1,73% ante igual mês de 2015. "A previsão é de que o resultado continue crescendo, mas talvez em um ritmo mais lento e mais consistente", ponderou.
Para o executivo, ainda há elementos de incerteza no cenário macroeconômico e político que dificultam projetar um ritmo de recuperação mais intenso. Para ele, ainda não é possível determinar até que ponto a confiança pode ser afetada por aspectos do cenário político, como o andamento das propostas de reforma elaboradas no governo do presidente Michel Temer.
Por outro lado, dados da consultoria GfK já indicam melhora das expectativas do empresariado. O Índice de Confiança dos Supermercadistas chegou a 56,3% em agosto ante 50,1% em junho. Resultados superiores a 50% indicam otimismo quanto à perspectiva de crescimento dos investimentos, das contratações e do faturamento.
"Em apenas dois meses, a confiança teve uma alta muito forte, e consideramos que ainda há espaço para que esse índice continue crescendo", afirmou Marco Aurélio Lima, diretor de Relacionamento da GfK. Segundo a pesquisa, 80% dos empresários do setor de supermercados acredita que suas empresas estarão em situação melhor do que a atual nos próximos seis meses.
Os preços de itens da cesta básica monitorados pela Abras e pela GfK tiveram em agosto a primeira queda na comparação mensal em 12 meses. O recuo foi de 0,27% em agosto na comparação com julho deste ano, de acordo com a Abrasmercado, cesta composta por 35 produtos de largo consumo pesquisada. Segundo o diretor de Relacionamento da GfK, uma tendência de desaceleração pela frente em razão de uma esperada queda nos preços de alimentos mais afetados por quebras de safra ao longo deste ano.
Ele destaca como exemplo o feijão, cujo preço subiu em meses anteriores e figurou entre as maiores quedas de agosto. Apesar da expectativa de um arrefecimento da inflação nesta cesta de alimentos, Lima destacou que o patamar de alta de preços no acumulado deste ano até agosto ainda é considerado muito elevado. Nos oito meses de 2016, os preços da cesta acumulam elevação de 18,04%.

Cenário é desafiador e ainda cedo para saber se o fundo do poço chegou

O presidente da Cielo, Rômulo de Mello Dias, afirmou que o cenário macroeconômico continua desafiador e que, sob o ponto de vista de consumo e vendas, ainda é cedo para saber se o fundo do poço já foi alcançado. Apesar disso, o executivo espera que o final do ano, tradicionalmente impulsionado pelas comemorações da época, apresente desempenho melhor do que o visto em 2015, cuja base foi baixa no País em meio à crise.
"Ainda não temos uma tendência de recuperação. Precisamos de mais repetições para saber se de fato teremos um ponto de inflexão no desempenho do varejo", explicou o executivo. O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) em agosto mostra queda de 5,1% para o varejo ante o mesmo intervalo do ano passado. O indicador foi pior que o de julho, quando foi registrada retração de 3,9%. Em junho, porém, o ICVA tinha desacelerado o ritmo de restrição, o que não se confirmou nos dois meses seguintes.
"As pessoas ainda estão com medo de perder seus empregos. Como reflexo disso, reduziram seu endividamento, o uso do cartão de crédito. Mas para que o consumo volte a crescer, é preciso a retomada da confiança", avaliou o presidente da Cielo.