Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira, ainda na esteira do acordo preliminar firmado ontem entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Durante uma reunião informal entre o cartel e outros grandes produtores de petróleo na Argélia, ficou acertada uma redução da produção, mas os detalhes só serão conhecidos em novembro, na reunião oficial da Opep.
O anúncio do acordo fez o petróleo disparar ontem, fechando em alta de mais de 5%. No entanto, hoje houve uma ponderação da parte dos investidores sobre quão eficaz seria esse corte para manter os preços competitivos.
"É importante apontar que a produção da Opep ainda vai permanecer próxima de níveis recorde e há a possibilidade de alguns membros ignorarem a limitação na produção", afirmou o analista da Forex.com Fawad Razaqzada. Segundo o acordo, a produção seria restrita à faixa de 32,5 milhões a 33 milhões de barris por dia. Em agosto deste ano, a média diária ficou em 33,2 milhões.
Para o economista de energia da WTRG Economics, James Williams, a meta "ainda resulta em excesso de oferta". Ele defende que, para que haja um aumento substancial dos preços, a Opep precisaria cortar a produção em 1 milhão a 1,5 milhão de barris por dia.
Ainda assim, a decisão surpreendente da Opep representa uma mudança da tática de priorizar espaço no mercado, sinalizando que, talvez, até os grandes produtores estejam sentindo o efeito de prolongados preços baixos.
Em meio a esse cenário de dúvida, o petróleo WTI para novembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) fechou em alta de 1,65%, a US$ 47,83 por barril. Já o Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 1,15%, a US$ 49,81 por barril.