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Desenvolvimento

- Publicada em 28 de Setembro de 2016 às 23:02

Bndes reabilita Badesul para novas operações

Susana Kakuta confirmou a revisão em reunião ontem

Susana Kakuta confirmou a revisão em reunião ontem


FREDY VIEIRA/JC
O Badesul conseguiu reverter, ontem, a decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), que havia desabilitado a agência de fomento para novas operações, em 14 de setembro. A revisão foi confirmada nesta quarta-feira, após encontro que reuniu, no Rio de Janeiro, a presidente da instituição, Susana Kakuta, o secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, e o diretor da Área de Crédito e da Área Financeira e Internacional do Bndes, Claudio Coutinho Mendes.
O Badesul conseguiu reverter, ontem, a decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), que havia desabilitado a agência de fomento para novas operações, em 14 de setembro. A revisão foi confirmada nesta quarta-feira, após encontro que reuniu, no Rio de Janeiro, a presidente da instituição, Susana Kakuta, o secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, e o diretor da Área de Crédito e da Área Financeira e Internacional do Bndes, Claudio Coutinho Mendes.
"Foi uma reunião técnica e bastante positiva", descreveu Susana, após o encontro. O que ficou acertado entre os dois lados é que o Badesul voltará a ter o mesmo nível de alavancagem com o qual vinha operando até meados de setembro. A contrapartida à retomada do limite operacional no mesmo patamar é a apresentação de um plano de reestruturação, que deverá reforçar medidas que já vinham sendo adotadas pela atual gestão, mas também objetivando maior autonomia da instituição em relação ao Bndes, que, atualmente, representa 95% das operações do banco de fomento.
O plano deverá ser apresentado num curto espaço de tempo, segundo Susana. Otimista com a conquista, a dirigente afirma que há dois contextos concomitantes no atual cenário. O primeiro é a imediata retomada das operações do banco de fomento. Atualmente, o Badesul tem sob análise projetos que somam cerca de R$ 250 milhões.
As liberações, salienta, vão seguir os controles adotados desde o início de sua gestão. Susana revela que a equipe "aumentou de forma significativa medidas de governança institucional". Essa ênfase resultou em regras como operar apenas com empresas de rating AA e A, além da redução do teto para empréstimos para R$ 5 milhões. Foram criadas, também, áreas de acompanhamento de projetos.
Outro enfoque do banco, agora, passa a ser a reestruturação, que será acompanhada pelo Bndes e pelo governo do Estado. Trata-se de um conjunto de medidas, como melhoria da carteira de crédito e redução de despesas - que já vinham sendo adotadas -, além da consolidação de uma nova fase para o banco. Esse novo momento, ao contrário do atual (que Susana descreve como o de maior fragilidade do banco), deve ser o de fortalecimento da área de inteligência da instituição, como pretende a dirigente.
O Badesul opera, desde 2015, em prejuízo, situação que também deverá demonstrada no balanço anual de 2016. Susana prevê que mesmo 2017 será um ano muito difícil para a instituição, que vem sofrendo com efeitos de operações mal sucedidas, mas também com o cenário econômico recessivo.
Nos últimos dois anos, 25 empresas que tinham empréstimos no Badesul entraram em recuperação judicial, forçando a instituição a lançar R$ 355 milhões como prejuízo - quase metade desse montante vem de apenas duas empresas, a Iesa Óleo e a Gás e a Wind Power Energia. Esses dois contratos evidenciam uma crítica de Susana à maneira como o Badesul operou nos últimos anos: concedendo elevados volumes de recursos a um grupo pequeno de companhias.

Sindicância e CPI devem discutir a situação da instituição

O descredenciamento do Badesul junto ao Bndes expôs dúvidas quanto aos contratos de financiamento liberados pela instituição no período de 2011 a 2014, na análise do governo do Estado e da Assembleia Legislativa. Nas duas esferas serão conduzidas investigações sobre a gestão do banco gaúcho.
O Executivo realiza hoje, às 10h, a primeira reunião da Comissão de Sindicância para averiguar irregularidades na liberação de recursos pelo Badesul. O encontro será realizado na Procuradoria-Geral do Estado (PGE), em Porto Alegre. Além da PGE, três servidores do Badesul integram a comissão, que terá como foco investigar se houve concessão de empréstimos sem as garantias necessárias para as empresas Iesa Óleo e Gás, Wind Power Energia e D'Itália.
Segundo o governo do Estado, o objetivo da comissão é apurar falhas, mas também verificar se há possibilidade de reparação de danos causados ao ente público. O prazo estimado para os trabalhos é de 30 dias úteis prorrogáveis por igual período.
Com o entendimento de que a sindicância é insuficiente para apresentar os esclarecimentos necessários à sociedade, o deputado Enio Bacci (PDT) começou ontem a coleta de assinaturas entre os colegas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os financiamentos feitos pela entidade no governo Tarso Genro (PT). "O governo atual ficou dois anos sem divulgar nada sobre a situação do Badesul. A sindicância é uma investigação fechada. A da CPI é aberta e transparente", disse.