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Sistema Financeiro

- Publicada em 28 de Setembro de 2016 às 18:50

Caixa e BB precisarão de aporte de capital, diz Fitch

Instituições públicas devem sentir mais o impacto das novas regras

Instituições públicas devem sentir mais o impacto das novas regras


JONATHAN HECKLER/JC
A agência de risco Fitch avalia que, entre o final de 2017 e início de 2018, os bancos públicos, em especial Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (BB), irão precisar de um aporte de capital para que possam estar enquadrados nas novas regras de requerimento de capital, a chamada Basileia 3. Essa regra determina o quanto o banco deve ter de patrimônio para assumir um determinado nível de risco (operações de crédito).
A agência de risco Fitch avalia que, entre o final de 2017 e início de 2018, os bancos públicos, em especial Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (BB), irão precisar de um aporte de capital para que possam estar enquadrados nas novas regras de requerimento de capital, a chamada Basileia 3. Essa regra determina o quanto o banco deve ter de patrimônio para assumir um determinado nível de risco (operações de crédito).
"Os grandes bancos privados não devem encontrar problema, mas os públicos são outra história. Caixa e Banco do Brasil são os bancos em que vemos um ajuste mais forte. No nosso modelo interno, precisariam de um aporte até 2018, isso se nada acontecer", diz Raphael Nascimento, analista de diretor de instituições financeiras da agência.
A chamada Basileia 3 deverá estar completamente implementada até janeiro de 2019, ou seja, os bancos terão até 2018 para fazer os ajustes. Entre as novas regras, está a exigência de um volume mínimo de capital principal, que deve ser de 4,5% dos ativos de risco, e o capital de nível 1 (atualmente é de 6% dos ativos e deverá chegar a 8% em 2019). Robert Stoll, analista da Fitch em Nova Iorque, lembra que os bancos públicos, além da situação de crise econômica no País, devem se preocupar também com esse ajuste. Para isso, deve considerar a venda de ativos, mas de forma que isso represente um bom retorno às instituições. Ele lembrou que o Banco do Brasil já falou da possibilidade de vender a participação no Banco Votorantim e Patagônia (Argentina). No caso da Caixa, há a possibilidade de venda da fatia no Banco Pan.
 

Uso de recursos dos fundos de pensão preocupa

Uma das preocupações da Fitch é com a possibilidade de os bancos públicos precisarem aportar recursos nos fundos de pensão de seus funcionários. "Quanto maior o déficit atuarial, maior deve ser o aporte do patrocinador. Claro que o beneficiário pode ser chamado a contribuir também ou ter uma alteração no benefício. Mas o que olhamos é o impacto que isso pode ter no capital do banco e não há nada muito bem definido neste momento", explicou Pedro Gomes, analista da área de instituições financeiras da agência.
A perspectiva para os bancos no Brasil é negativa, e não só para os públicos. Claudio Galina, responsável pela área de instituições financeiras da Fitch, diz que após a desaceleração do crédito e aumento da inflação, as instituições começaram a ver a elevação dos índices de inadimplências. Outro fato que eleva os riscos sobre os bancos são as implicações da Operação Lava Jato.