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Economia

- Publicada em 25 de Setembro de 2016 às 22:07

Número de idosos que trabalham aumenta

Para especialistas, prolongamento da vida profissional é uma tendência

Para especialistas, prolongamento da vida profissional é uma tendência


FREDY VIEIRA/JC
Mais de um quarto dos aposentados no Brasil continua ativo no mercado de trabalho, número que cresce gradualmente desde 2011, de acordo com dados do IBGE. Esse envelhecimento da população economicamente ativa é natural e positivo, uma vez que os mais velhos são a fatia com melhor qualificação e mais experiente da sociedade, na visão de especialistas.
Mais de um quarto dos aposentados no Brasil continua ativo no mercado de trabalho, número que cresce gradualmente desde 2011, de acordo com dados do IBGE. Esse envelhecimento da população economicamente ativa é natural e positivo, uma vez que os mais velhos são a fatia com melhor qualificação e mais experiente da sociedade, na visão de especialistas.
A participação de pessoas com 60 anos ou mais na força de trabalho passou de 5,9% para 6,5% entre o início da série histórica da Pnad Contínua (pesquisa nacional de emprego), no primeiro trimestre de 2012 e o segundo trimestre de 2016. Na faixa de 14 a 24 anos, a participação caiu de 20,1% para 17,8%.
A variação ainda é tímida, mas tende a se intensificar. "A população brasileira para de crescer em 2030, isso é um horizonte quase de curto prazo. Todo o crescimento econômico vai passar a depender do aumento da produtividade", diz o pesquisador especialista em previdência Luis Henrique Paiva. Por isso, para especialistas, o mercado vai necessitar que os trabalhadores prolonguem sua vida profissional.
Esse entendimento, contudo, não é unânime. Para Lena Lavinas, pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados de Berlim, essa visão é "equivocada". "Precisamos dos jovens, e não manter pessoas mais velhas nas mesmas ocupações, até porque, em uma economia dinâmica, o emprego muda, as funções se transformam."
Quase metade dos aposentados que seguem trabalhando não o faz porque querem, mas porque precisam, segundo levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Para 47% dos entrevistados, o motivo de seguir ativo é complementar a renda - o benefício não é suficiente para pagar as contas. Muitos não só pagam as suas contas, como também as da família: 60% deles são os principais responsáveis pelo sustento da casa.
No entanto, há os que se aposentam mas continuam trabalhando porque querem, usando o benefício como renda a mais. Dados do IBGE mostram que o rendimento médio do trabalho cresce conforme a idade e chega ao seu ápice na faixa acima dos 60 anos, quando é mais que o dobro do recebido pelos que têm de 18 a 24 anos (R$ 2.377,00 e R$ 1.083,00, respectivamente). "A pessoa com 59 anos atualmente é diferente daquela que tinha essa idade há 20 anos. Hoje, ela ainda tem capacidade laboral muito grande e se aposenta por uma questão remuneratória, para aproveitar uma oportunidade que é oferecida", diz o economista José Ronaldo Sousa Júnior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
No Brasil, quem trabalha no setor privado pode se aposentar e continuar empregado. Servidores públicos devem deixar o cargo, mas podem tanto seguir ativos no setor privado como retornar a um cargo público. Esse é o caso de Michel Temer, que acumula a aposentadoria de procurador do Estado com o salário de presidente da República.
Na maior parte dos países, a legislação é semelhante à brasileira, diz Paiva. Mas há os que vetam o recebimento de salário e de aposentadoria, casos de Chile e Portugal. Os Estados Unidos reduzem o valor pago até a idade de aposentadoria completa.
Ter um emprego com carteira assinada e receber aposentadoria ao mesmo tempo é uma situação absurda, afirma Lavinas. "Essa pessoa está reduzindo a oferta de emprego para quem está desocupado e em idade ativa", diz. Já Paiva acredita que são baixas as chances de a regra mudar e, ainda que fosse alterada, seria pouco eficaz diante da alta informalidade.
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