Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conjuntura

- Publicada em 14 de Setembro de 2016 às 20:04

Câmara pode flexibilizar regras da repatriação

Regularização anistia contribuintes que trouxerem os recursos de volta

Regularização anistia contribuintes que trouxerem os recursos de volta


KAREN BLEIER/AFP/JC
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que colocará em votação em outubro projetos que flexibilizam as regras do programa lançado neste ano para regularização de recursos de brasileiros mantidos ilegalmente no exterior. O deputado afirmou que o objetivo é dirimir dúvidas que estariam atravancando a adesão ao programa e a arrecadação esperada pelo governo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que colocará em votação em outubro projetos que flexibilizam as regras do programa lançado neste ano para regularização de recursos de brasileiros mantidos ilegalmente no exterior. O deputado afirmou que o objetivo é dirimir dúvidas que estariam atravancando a adesão ao programa e a arrecadação esperada pelo governo.
"Estamos vendo qual é a crise que o Brasil vive, estados podem entrar com decreto de calamidade. Se já se decidiu dar a anistia (aos contribuintes que legalizarem seus recursos), não dá para deixar dúvidas que resultem em um número menor de repatriações", afirmou.
A principal divergência se dá sobre o valor em relação ao qual incidirá o tributo e a multa devidos. O governo é pressionado a definir que o imposto e a multa sejam aplicados só sobre saldos existentes nas contas dos contribuintes no dia 31 de dezembro de 2014 no exterior. A Receita quer que o tributo incida sobre o valor total que os brasileiros já possuíram fora do País. Deputados querem derrubar a regra que exclui políticos e familiares do programa.
A votação no mês que vem é necessária, pois a adesão termina em 31 de outubro. Há pressão também no Congresso para que essa data seja estendida até o final de 2016.
O programa foi instituído com base na Lei nº 13.254/2016. Além da regularização dos recursos não oriundos de atividades criminosas, há anistia aos contribuintes que trouxerem o dinheiro de volta ao País.
O recolhimento estabelecido é de 15% de imposto e 15% de multa. O governo espera arrecadar R$ 21 bilhões neste ano com o programa.

Ministro da Fazenda diz que teto dos gastos é o 'foco do momento' e não descarta campanha

Ministro da Fazenda participou de café da manhã na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia

Ministro da Fazenda participou de café da manhã na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia


FLÁVIO SOARES/AGÊNCIA CÂMARA/JC
Após reunião ontem com parlamentares, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deixou a residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados a pé para defender a aprovação da proposta que estabelece um teto para o crescimento dos gastos públicos. O ministro não descartou uma campanha para chamar atenção da população para o tema. Ele estava acompanhado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Para justificar a atual situação da economia brasileira, Maia e Meirelles adotaram a mesma argumentação - inclusive com o mesmo vocabulário -, de que a situação ruim da economia hoje é "herança" do governo anterior. Maia chegou a falar em "herança maldita". Meirelles disse que o "foco do momento" é a aprovação da PEC (proposta de emenda constitucional) do teto dos gastos e afirmou que não há definição de data para o envio da reforma da Previdência ao Congresso.
"Uma reunião como a de hoje já é parte dessa estratégia (de melhorar a comunicação). O passo seguinte será como melhorar ainda mais a comunicação, não só com parlamentares, como com a sociedade. Estamos avaliando todas as sugestões e tomaremos medidas necessárias nas próximas semanas", afirmou o ministro. Questionado sobre se haveria uma campanha do governo federal, Meirelles disse que o tema será definido nos próximos dias.
Maia disse estar confiante de que a PEC será aprovada na Câmara até o fim de outubro ou início de novembro. "Vai garantir horizonte de confiança", disse.
O líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM), defendeu o teto dos gastos, mas cobrou do governo ações para conscientizar a sociedade sobre o assunto. "Vamos ter que fazer comunicado muito forte, seja dentro do Congresso, para parlamentares, seja fora, para a sociedade. Para conscientizar... O governo também tem que fazer sua parte, fazendo comunicações eficientes para que a população entenda o caos econômico que estamos vivendo", disse.
A proposta do governo limita os gastos federais à variação da inflação por até 20 anos. A partir do décimo ano, no entanto, a regra de correção das despesas totais pela inflação poderá ser revista.
O prazo de 20 anos, que é alvo de críticas no Congresso Nacional, foi defendido pelo ministro. "A questão do prazo, é muito importante levar em conta que isto é como tratamento de saúde, uma infecção e alguém está tomando antibiótico. É importante que não seja excessivo e que seja na dosagem adequada. Se for abaixo da dosagem adequada, não cura e cria resistência no organismo. É importante que o prazo seja suficientemente longo para que todos possam fazer suas projeções e concluir que trajetória da dívida é de aumento, estabilização e queda", afirmou Meirelles.