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Consumo

- Publicada em 13 de Setembro de 2016 às 16:23

Varejo apresenta retração generalizada em julho

No setor de supermercados, queda foi menor, ficando em -0,1%

No setor de supermercados, queda foi menor, ficando em -0,1%


ANTONIO PAZ/JC
O comércio varejista registrou em julho perdas generalizadas entre os oito segmentos investigados, na comparação com o mesmo mês de 2015, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As vendas recuaram 5,3%, com destaque para a retração nas atividades de móveis e eletrodomésticos (-12,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-11,6%), segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio.
O comércio varejista registrou em julho perdas generalizadas entre os oito segmentos investigados, na comparação com o mesmo mês de 2015, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As vendas recuaram 5,3%, com destaque para a retração nas atividades de móveis e eletrodomésticos (-12,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-11,6%), segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio.
Os demais resultados negativos foram em combustíveis e lubrificantes (-9,9%); tecidos, vestuário e calçados (-14,2%); livros, jornais, revistas e papelaria (-18,6%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-12,9%); e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-3,2%). O volume de vendas do setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve ligeira queda de 0,1% em julho ante julho de 2015.
"Supermercados seguraram um pouco o resultado", avaliou Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. Os supermercados tiveram o resultado menos negativo desde janeiro de 2015, quando as vendas cresceram 0,2%.
Já no varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, a queda de 10,2% em julho em relação ao mesmo mês de 2015 foi o pior resultado para o mês dentro da série histórica da pesquisa, iniciada em 2001. Tanto o setor de veículos quanto o de material de construção intensificaram o ritmo de queda.
As vendas de veículos e motos, partes e peças diminuíram 20,0% em julho após recuo de 15,2% em junho. O segmento de material de construção recuou 12,6% em julho depois de uma perda de 9,6% em junho.
Segundo Isabella, apesar da resistência da inflação de alimentos, os supermercados estão conseguindo repassar os aumentos de preços para o consumidor, o que evitou perdas maiores no volume vendido pelo setor, que teve recuo de 0,1% em julho. "A receita dos supermercados está alta, mas a inflação está alta também. Então, em termos de volume, fica quase igual. Eles estão garantindo a receita", apontou.
Conforme a gerente da pesquisa, o setor provavelmente está roubando vendas de outras atividades, uma vez que comercializa itens de primeira necessidade e consumo contínuo. "Quem está comprando alimentos em julho de 2016 está pagando 16% a mais do que em julho de 2015."
Mesmo que os preços estejam mais elevados, há um limite para o corte de gastos com alimentação. Mas é possível economizar com outros itens, como bens duráveis, ressaltou a gerente do IBGE. "Você deixa de consumir coisas mais caras, sobra mais para gastar em atividades que não têm como cortar, como supermercados", disse.
Na avaliação de Isabella, a retração nas vendas é consequência de uma piora no mercado de trabalho e na conjuntura econômica. Logo, uma recuperação no setor também depende da melhora dessas variáveis. "A evolução do mercado de trabalho mostra condições de piora. A carteira de trabalho diminui, o total de desocupados aumenta, o rendimento cai, a massa de salários cai", lembrou.
As vendas no comércio varejista mostram uma tendência de estabilização na margem, mas ainda não é possível falar em recuperação. "Na margem (comparação com o mês imediatamente anterior), você observa vendas mais estabilizadas. Mas a recuperação é relativa, porque o varejo opera no mesmo patamar de 2012", lembrou Isabella.
As vendas no varejo estão 11,9% abaixo do patamar histórico mais elevado, que foi registrado em novembro de 2014. Já o varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, opera 20,2% abaixo do ponto mais alto, que foi em agosto de 2012. "É uma convergência para a estabilização", definiu a gerente.

Gaúchos diminuem lazer e compras em 2016, mostra pesquisa da AGV

A Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV)divulgou ontem uma pesquisa sobre economia familiar, na qual 88,2% dos entrevistados afirmaram que diminuíram as despesas em 2016 devido à crise econômica. Para 66,7% dos participantes, o aumento das contas básicas os "impediu" de fazer algo que gostava.
Para conseguir equilibrar as contas no final do mês, 87,5% dos gaúchos afirmaram que reduziram o lazer (idas ao cinema, restaurantes, viagens, shows, teatro), 37,5% diminuiu as compras no supermercado e 34,4% a telefonia móvel. Também foram apontados na lista de cortes de despesas: rancho, luz, transporte e TV a cabo.
Apesar de 88,9% dos participantes afirmarem que eles e suas famílias estão mais educados financeiramente, 47,1% afirma que adquiriu dívidas em 2016, com bancos e/ou financiamentos, 35,3% com cartão de crédito e 17,6% com cartão de lojas.
Sobre as compras em datas comemorativas (Dia das Mães, Pais, Namorados, Crianças, Páscoa, Natal etc), 72,2% garantem que compram menos do que em 2015. Quando perguntados sobre a maior preocupação neste ano, 40% respondeu que é não conseguir poupar. Para 25,7%, a apreensão está em ficar desempregada; para 20%, em não conseguir pagar as contas.