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Conjuntura

- Publicada em 13 de Setembro de 2016 às 22:37

PIB gaúcho cai 3,1% no 2º trimestre

Para Rocha, apesar de modesto, dado sinaliza que o pior já passou

Para Rocha, apesar de modesto, dado sinaliza que o pior já passou


FREDY VIEIRA/JC
A nova queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul, em 3,1% no segundo trimestre de 2016 frente ao mesmo período de 2015, não foi exatamente uma má notícia. Analistas da Fundação de Economia e Estatística (FEE) encararam o desempenho, divulgado ontem, como um indicativo de que os recuos, que se mantêm há quatro trimestres consecutivos no PIB gaúcho, podem estar perdendo o fôlego. Até o fato de o indicador no Estado ter caído menos que o do Brasil, que ficou em -3,8% no segundo trimestre, vira bom presságio. Agropecuária caiu 0,8%, depois de recuar 8,1% de janeiro a março; indústria desceu 2,5% - um feito, depois de cair 12,4% no último trimestre de 2015 -; e serviços fechou em -2%.
A nova queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul, em 3,1% no segundo trimestre de 2016 frente ao mesmo período de 2015, não foi exatamente uma má notícia. Analistas da Fundação de Economia e Estatística (FEE) encararam o desempenho, divulgado ontem, como um indicativo de que os recuos, que se mantêm há quatro trimestres consecutivos no PIB gaúcho, podem estar perdendo o fôlego. Até o fato de o indicador no Estado ter caído menos que o do Brasil, que ficou em -3,8% no segundo trimestre, vira bom presságio. Agropecuária caiu 0,8%, depois de recuar 8,1% de janeiro a março; indústria desceu 2,5% - um feito, depois de cair 12,4% no último trimestre de 2015 -; e serviços fechou em -2%.
O coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, Roberto Rocha, aponta que os números mostram que o pior pode já ter passado. O ritmo de queda desacelerou desde o primeiro trimestre do ano, quando o PIB fechou em -4,4%. "Apesar de ser uma taxa modesta, é significativa dado todo o momento de recessão", explicou o economista. Os dois últimos trimestres do ano passado foram o fundo do poço, adverte Rocha. As quedas foram de 6% no terceiro trimestre e de 6,4% no quarto período. Antes, no segundo trimestre, a agropecuária havia ainda exercido seu poder de peso pesado, puxando em 0,6% o crescimento. Foi só um intervalo para respirar, pois os quatro trimestres anteriores foram negativos, desde o segundo trimestre de 2014. 
A boa notícia do segundo trimestre deste ano veio com a construção civil, que cresceu 1% de abril a junho, o que não ocorria havia oito trimestres consecutivos, até janeiro a março. Os analistas associam o comportamento do setor à busca de reposição de estoques, que já movimento vagas entre formais e por conta própria. Sondagens como a de expectativas da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) reforçam essa análise.
Mas pensar em reversão efetiva da maré negativa neste ano ou retomada da atividade é ainda cedo, sinalizaram os integrantes do Núcleo de Contas Regionais da FEE. O crescimento em 2017, por exemplo, vai depender de um fator: o Brasil. "Neste aspecto, pode se detectar que há um ventinho (de mudança). Falta ainda pegar vento no comércio", preveniu o economista. O setor recuou 6,8% de abril a junho, a menor taxa negativa em nove trimestres no vermelho, prazo em que chegou a -12,9%, no último trimestre de 2015.
Para a retomada em 2017, o coordenador do núcleo condicionou "a uma conjunção de fatores, principalmente da melhor da economia do País". "As condições nacionais serão determinantes dessa recuperação, não serão só as exportações", previne o coordenador. Ao remeter a exportações, a FEE vincula com desempenhos positivos de três segmentos da indústria. O de celulose, que avançou quase 70%, efeito da quadruplicação da planta em Guaíba, com 90% do volume enviado para fora, e metalurgia e cadeia coureiro-calçadista, com alta de 8,1% e 5,7%, respectivamente. Mas fumo despencou 24,6%; e coque e refino de petróleo, outros 19%. A parada de manutenção da Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, provocou a marcha à ré do segmento. "Se não tivesse ocorrido a parada, teríamos uma queda de 3,9%, e não de 5,3%, no PIB da indústria de transformação", contrasta o coordenador. 
O diretor técnico da FEE, Martinho Lazzari, ressaltou que uma recuperação da atividade geral até o fim do ano no Estado, o que não implicará em taxa positiva no ano, terá de vir pela indústria. Segundo Lazzari, a agropecuária já tem sua contribuição até o segundo trimestre, e, mesmo assim, neste ano, nem isso ajudou muito. "O comércio e serviços dependem de emprego e crédito, que ainda são problema, por isso as taxas são ruins."
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Exportações gaúchas sobem 9,7% em agosto e podem ajudar no desempenho da economia

Até agosto, as exportações gaúchas indicam que podem dar sua contribuição para reverter um ano de taxas negativas no PIB. As divisas externas de mercadorias registraram receita de US$ 1,75 bilhão em agosto, alta de 9,7% ante o mesmo período do ano passado. O desempenho da balança gaúcha, divulgado pela Fiergs com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foi puxado pelas commodities, que somaram US$ 582 milhões, alta de 16,4%, e indústria de transformação, com US$ 1,16 bilhão ( 8%).
O presidente da Fiergs, Heitor José Müller, ponderou que ainda há dificuldades para aumentar as vendas ao exterior, pois há valorização da taxa de câmbio, queda relevante da demanda de alguns mercados, como Venezuela e Rússia, e a persistência do crescimento dos custos de produção. Considerando o valor médio exportado pelo total de dias úteis no mês, a indústria embarcou 1,4% menos.
Mesmo assim, a maioria das categorias teve aumento nas operações. Veículos automotores, reboques e carrocerias tiveram alta de 50,8%; tabaco, de 48,5%; e alimentos, de 11,7%. Celulose, que vem bem no ano, recuou 31,5%; e produtos químicos, -27,7%. No acumulado do ano entre janeiro e agosto, as maiores perdas foram em químicos (-12,1%), alimentos (-9,2%) e máquinas e equipamentos (-8,6%). A elevação ocorreu em celulose e papel, com alta de 173%.
As exportações do calçado gaúcho responderam por quase 45% da divisa externa gerada por todo o setor no País nos primeiros oito meses de 2016. Os dados até agosto somam divisa de US$ 613 milhões, sendo US$ 276,65 milhões gerados pela indústria calçadista do Rio Grande do Sul. A receita gaúcha cresceu 14,2%, e o volume, 44%. O presidente executivo da Abicalçados, Heitor Klein, atribuiu a recuperação à performance das empresas em feiras. "Apesar de a volatilidade cambial e o momento macroeconômico não serem dos mais positivos, conseguimos bons resultados, o que aponta para uma maturidade maior do exportador de calçados brasileiro", avalia Klein.