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Economia

- Publicada em 19 de Setembro de 2016 às 08:33

Programa busca fortalecer calçado brasileiro

Roberta destaca o potencial de consumo do mercado nacional

Roberta destaca o potencial de consumo do mercado nacional


ABICALÇADOS/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
Desde os anos 2000, ouviu-se muito falar em estratégias e investimentos para o calçado brasileiro ganhar ou não perder terreno no mundo. O programa Brazilian Footwear é o canal desse fluxo. Agora, a indústria juntou os demais segmentos da cadeia para lançar a versão doméstica do programa internacional, que é o Future Footwear (FF), com Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Assintecal (componentes), Centro das Indústrias de Curtumes e Abrameq (indústria de máquinas). O FF já está em ação e aposta em atrair novos designers, aproximar os fornecedores de tecnologia e a indústria, e desafiar empreendedores. A gestora de Projetos da Abicalçados, Roberta Ramos, aponta que as ações vão preparar o setor para encarar o novo modelo de consumo. Nesta entrevista, Roberta detalha o programa e mostra que as novas gerações são provocadas a inovar em uma indústria cada vez mais tecnológica.
Desde os anos 2000, ouviu-se muito falar em estratégias e investimentos para o calçado brasileiro ganhar ou não perder terreno no mundo. O programa Brazilian Footwear é o canal desse fluxo. Agora, a indústria juntou os demais segmentos da cadeia para lançar a versão doméstica do programa internacional, que é o Future Footwear (FF), com Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Assintecal (componentes), Centro das Indústrias de Curtumes e Abrameq (indústria de máquinas). O FF já está em ação e aposta em atrair novos designers, aproximar os fornecedores de tecnologia e a indústria, e desafiar empreendedores. A gestora de Projetos da Abicalçados, Roberta Ramos, aponta que as ações vão preparar o setor para encarar o novo modelo de consumo. Nesta entrevista, Roberta detalha o programa e mostra que as novas gerações são provocadas a inovar em uma indústria cada vez mais tecnológica.
Jornal do Comércio - O Future Footwear (FF) é o Brazilian Footwear do mercado nacional?
Roberta Ramos - O FF é um programa voltado para a melhoria da competitividade da cadeia e atinge fornecedores de couros, componentes e fabricantes de calçados. Estamos falando de uma cadeia com 8 mil indústrias de calçados, 3 mil de componentes, 310 curtumes e 120 fabricantes de máquinas. O Brasil tem um dos principais mercados consumidores do mundo, pois consome 780 milhões de pares por ano. As empresas precisam urgentemente se adaptar ao novo modelo de consumo.
JC - Que modelo é esse?
Roberta - Estamos na era da revolução digital, na qual a mentalidade é randômica, criativa, orgânica e estética. A forma como nos comunicamos, buscamos informações, nos relacionamos e temos a visão de mundo já é diferente. Os calçadistas precisam estar preparados para isso, o que exige novos modelos de negócios e processos e produtos altamente inovadores.
JC - O consumidor nacional é mais exigente que o estrangeiro?
Roberta - O nacional é tão exigente quanto o do exterior. A diferença é que a adaptação para o mercado doméstico sempre é mais fácil por questões históricas e culturais.
JC - A indústria focou muito o exterior e perdeu terreno em casa?
Roberta - O foco é atuação conjunta, até porque o mercado doméstico consome quase 85% da produção. A exportação é estratégia perene, pois tem a oscilação do dólar, por exemplo. O ideal é que a empresa mantenha uma fatia equilibrada e permanente lá fora, pois recuperar mercado é complicado. Existem duas palavras-chave na operação: estratégia e resistência.
JC - As pessoas compram itens mais sustentáveis?
Roberta - Este atributo deixará, em breve, de ser diferencial para ser uma questão de sobrevivência. Nesse movimento, que é muito bom, há exigência do consumidor, que está atento ao que vai deixar às futuras gerações. A tecnologia colabora nos processos, mas a preocupação vai além. Os produtos em si e a forma de consumi-los terá esse drive cada vez mais presente.
JC - Quais são as tendências de tecnologia nos produtos?
Roberta - No mundo, cresce o uso de materiais inteligentes, construídos com nanotecnologia aplicados a calçados funcionais que geram energia ao caminhar, têm GPS ou mudam de cor conforme a ocasião. O que queremos com o FF é trabalhar produto, processo e novos modelos de negócios. A inovação não pode acontecer apenas em um desses pilares. Queremos transformar o setor calçadista em um exemplo de competitividade e de rentabilidade para o mundo.
JC - Quais serão as ferramentas para isso?
Roberta - São várias frentes. Uma delas é o Moda Co, uma plataforma de inovação aberta que promove a integração das empresas com os talentos do design nacional. Temos a Maratona Mude, que terá, em outubro, a Batalha Criativa, no BarraShoppingSul, entre designers que terão de construir protótipos de calçados em 24 horas ininterruptas. O Sola é um projeto voltado para a otimização logística para integrar a cadeia produtiva, com identificação, processos e troca eletrônica de informação, e segue a GS1, organização global que atua em mais de 150 países.
JC - As empresas conseguem acessar tecnologia - em TI ou outras inovações?
Roberta - Um dos nossos objetivos é justamente aproximar o setor calçadista dessas tecnologias. Existem muitas empresas desenvolvendo soluções que podem contribuir muito para o aumento da produtividade do setor. Só precisamos aproximá-las.
JC - Tem surgido novos empreendedores com pegada de inovação?
Roberta - Tem, sim, e com novos modelos de negócios, o que nos anima muito, principalmente quando identificamos um propósito claro, bem desenhado. A inovação não precisa ter uso de robôs e softwares. Há uma turma jovem que está trazendo frescor e ajudando a promover o setor. O FF Enterprise busca isso e é aberto a estudantes de graduação, pós-graduação e cursos profissionalizantes. O torneio será de 1 de outubro a 18 de novembro, e vamos selecionar 15 equipes, que terão mentorias para desenvolver ideias. Não é um evento voltado apenas ao setor calçadista, mas para profissionais que podem criar soluções ao setor. Haverá R$ 10 mil em prêmios e bolsas de estudo de empreendedorismo, em parceria com o Sebrae, e acesso à pré-incubação na Feevale, Unisinos e Pucrs.
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