Fraqueza do petróleo e decepção com o BCE fazem bolsas europeias recuar

As bolsas europeias operam em baixa nesta sexta-feira. Investidores ainda citam a decepção com o Banco Central Europeu (BCE), que ontem decidiu manter a política inalterada, sem dar novos estímulos à economia, e também o fato de que o petróleo tem queda de mais de 1%, o que pressiona ações de companhias do setor. Além disso, o fato de que o regime comunista da Coreia do Norte anunciou seu quinto teste nuclear gera um cenário de cautela em geral nos mercados.

Analistas acreditavam que o BCE fosse anunciar um ajuste em seu programa de compra de bônus ou dar sinais mais fortes sobre outras medidas para impulsionar a economia da zona do euro. A entidade, porém, limitou-se a repetir na quinta-feira que continua a monitorar o quadro e que pode agir mais, se necessário, mas sem um compromisso claro com novas ações específicas.

Também está em foco nesta manhã o petróleo. Após subirem mais de 4% ontem tanto em Londres como em Nova Iorque, os contratos passam por um movimento de realização de lucros. Ontem, influiu o fato de que os estoques da commodity nos EUA tiveram forte queda na última semana, mas analistas hoje destacam que se trata de um fato pontual, não de um novo quadro, o que abriu espaço para uma correção. Entre as ações de companhias do setor na Europa, a petroleira BP recuava 0,55% em Londres, a Total caía 0,93% em Paris e Repsol tinha baixa de 0,63% em Madri. Já as mineradoras não tinham sina único: Antofagasta caía 0,59%, porém Glencore avançava 0,54%, com o cobre perto da estabilidade.

A arena geopolítica era alvo de preocupação nesta manhã. A Coreia do Norte anunciou na madrugada de hoje que realizou mais um teste nuclear, o quinto até o momento, em desafio a convenções internacionais. A vizinha Coreia do Sul identificou o teste a partir de um tremor de terra de 5,3 graus e criticou a explosão. A China, uma aliada do regime norte-coreano, condenou o teste, enquanto o governo do Japão o qualificou como uma "grave ameaça".

Na agenda de indicadores, no Reino Unido o déficit comercial de bens caiu a 11,8 bilhões de libras (US$ 15,7 bilhões) em julho, menor que o saldo negativo de 12,9 bilhões de libras de julho, após ajustes. O resultado veio em linha com a previsão dos analistas. Na Alemanha, o superávit comercial caiu de 21,4 bilhões de euros em junho para 19,4 bilhões de euros (US$ 21,9 bilhões) em julho, abaixo da expectativa de 22,7 bilhões de euros. O dado alemão foi apontado como um sinal das dificuldades das economias europeias para impulsionar suas exportações e, consequentemente, suas economias.

Às 7h56min (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,28%, Frankfurt recuava 0,31% e Paris tinha queda de 0,41%. O euro subia a US$ 1,1256, quase estável, e a libra se valorizava a US$ 1,3308.