Bolsas europeias sobem majoritariamente com investidor de olho na reunião do BCE

As bolsas europeias operam majoritariamente em alta com os investidores de olho na reunião do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, enquanto a queda do petróleo em Londres pressiona a Bolsa local.

Às 9h23min (de Brasília), a Bolsa de Londres recuava 0,38%, Paris subia 0,15% e Frankfurt avançava 0,35%. A Bolsa de Milão tinha alta de 0,14%, Madri acelerava 0,25% e Lisboa, por outro lado, caía 0,31%.

Londres destoa das demais bolsas principais, uma vez que é pressionada pela queda do petróleo, que subiu acentuadamente na sessão anterior. Além disso, a libra avança com força ante o dólar, o que pesa nas negociações.

Depois de algumas semanas tranquilas, os investidores estão começando a olhar para a decisão de política monetária do BCE, que será conhecida na quinta-feira às 8h45 (de Brasília). Em seguida, às 9h30, o presidente da instituição, Mario Draghi, falará em uma coletiva de imprensa, na qual fará também projeções para a economia.

O BCE sinalizou em sua reunião de julho que iria reavaliar a situação econômica em setembro, quando ele também vai lançar uma nova rodada de previsões. As últimas pesquisas às empresas do setor de serviços da zona do euro mostraram crescimento, mas em seu ritmo mais lento em 19 meses.

Embora o mercado não espere nenhum tipo de estímulo ou novidades na reunião deste mês, os investidores destacam um ponto: o programa de compra de títulos (QE, na sigla em inglês) do banco central que, no ano passado, foi designado a ser executado até março de 2017. A maioria dos analistas aponta que "caso o programa terminasse em março de 2017, o BC já teria que iniciar o seu processo de afunilamento", disse Jörg Krämer, economista-chefe do Commerzbank AG.

Por causa disso, analistas afirmam que as compras devem continuar por muito mais tempo, e que embora nada seja anunciado em setembro, Draghi pode sinalizar que alguma medida pode vir ainda neste ano. Com isso, as bolsas exibem alta moderada. "Eles também podem ter que relaxar os parâmetros de QE para resolver o problema da escassez em algum momento", acrescentou KräMer.

Entre os indicadores do dia, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,3% no segundo trimestre ante o anterior e registrou expansão anual de 1,6%, de acordo com dados finais da agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. Os números confirmaram estimativas preliminares divulgadas no fim de julho e em meados de agosto e vieram em linha com as previsões de analistas consultados pelo The Wall Street Journal.

Na Alemanha, as encomendas à indústria subiram 0,2% em julho ante junho, no cálculo ajustado, segundo dados divulgados hoje pelo Ministério de Economia do país. O resultado veio abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam ganho mensal de 0,6%.

Nas notícias de negócios, a farmacêutica alemã Bayer disse que está em negociações avançadas com a Monsanto para a aquisição da companhia norte-americana. Embora os principais termos e condições ainda não tenham sido acertados, a Bayer disse em comunicado que estaria preparada para oferecer US$ 127,50 por ação da Monsanto. No horário acima, as ações da Bayer recuavam 0,32%.