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Petróleo

- Publicada em 22 de Setembro de 2016 às 21:13

Petrobras vai concentrar os setores de atuação

Parente explica que meta vai ajudar a preservar as competências tecnológicas em áreas de maior potencial

Parente explica que meta vai ajudar a preservar as competências tecnológicas em áreas de maior potencial


FLÁVIO EMANUEL/AGÊNCIA PETROBRAS/JC
O novo Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 da Petrobras, anunciado na semana passada, prevê a retirada "integral" da estatal dos setores de produção de biocombustíveis, distribuição de GLP (gás de cozinha), produção de fertilizantes e das participações da companhia na petroquímica para, segundo a empresa, "preservar competências tecnológicas em áreas com maior potencial de desenvolvimento".
O novo Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 da Petrobras, anunciado na semana passada, prevê a retirada "integral" da estatal dos setores de produção de biocombustíveis, distribuição de GLP (gás de cozinha), produção de fertilizantes e das participações da companhia na petroquímica para, segundo a empresa, "preservar competências tecnológicas em áreas com maior potencial de desenvolvimento".
O novo plano foi aprovado pelo Conselho de Administração da companhia estatal e prevê investimentos de US$ 74,1 bilhões. O volume é 25% menor do que o previsto no plano anterior para o período 2015-2019, que foi revisado em janeiro deste ano e que tinha previsão de investimentos de US$ 98,4 bilhões.
Do total a ser investido, 82% serão destinados à área de exploração e produção e 17% à área de refino e fás natural. Outras áreas da companhia responderão por apenas 1% dos investimentos previstos no plano de negócios.
Segundo a empresa, apesar do corte nos investimentos a meta de produção no Brasil de óleo e gás natural foi fixada em 2,8 milhões de barris por dia para 2021, já levando em consideração a entrada em operação de 19 sistemas de produção no período de 2010 a 2021.
Na avaliação da Petrobras, a sustentabilidade da curva de produção da empresa vem sendo garantida pela combinação de melhoras crescentes no desempenho operacional e a aplicação de novas tecnologias. "O tempo médio para construir um poço marítimo no pré-sal da Bacia de Santos era, em 2010, de aproximadamente 152 dias. Em 2016, esse tempo baixou para 54 dias, numa velocidade três vezes maior em relação a 2010", exemplificou a empresa.
O presidente da estatal, Pedro Parente, explicou que o plano trabalho vai contemplar diferentes cenários. "Nos primeiros dois anos estaremos apertando o passo para alcançar a saúde financeira e assim antecipando a nossa meta de endividamento em dois anos. A partir destes dois anos recuperamos o crescimento da nossa curva de produção, registrando crescimentos mas operando de forma disciplinada e equilibrada", disse.
O novo plano estratégico para o período de 2017 a 2021 anunciado pela Petrobras trabalha com dois indicadores principais. A taxa de acidentados registráveis (TAR) - indicador da indústria que mede todos os tipos de acidentes e incidentes ocorridos durante a operação - e a meta financeira, propriamente dita. No primeiro caso, o plano prevê a redução da TAR, por milhão de homens hora, dos atuais 2,2 em 2015 para 1,4 em dois anos, chegando a 1 em 2021.
Já a meta financeira estabelece que a dívida líquida da empresa seja equivalente a 2,5 vezes sua geração de caixa já em 2018 e não mais em 2020 como constante no plano anterior. De acordo com o balanço anual, em 2015 esse índice estava em 5,3.
Além da redução no indicador de tipos de acidentes, a empresa pretende, nos próximos dois anos, recuperar a solidez financeira da companhia, passando a atuar mais como uma empresa integrada de energia, mas tendo como foco principal os setores de óleo e gás.
"No horizonte total dos cincos anos desse planejamento, a nossa proposta é de que a empresa tenha sido saneada, tenha padrões de governança e ética inquestionáveis para sustentar uma produção crescente, mas realista, e capaz de investir e se posicionar nos processos de transição por que passa o mercado de energia no mundo", ressaltou Parente.
Sobre a decisão da empresa de se retirar "integralmente" dos setores de produção de biocombustíveis, distribuição de gás de cozinha, produção de fertilizantes e das participações da companhia na petroquímica, o presidente da estatal afirmou que o objetivo é concentrar as atividades onde ela atua melhor, sem necessariamente se tornar uma empresa menor.
"Ela não vai ser uma empresa menor, por exemplo, na produção de óleo e gás. Nossa produção, a partir de 2019, cresce e chega no final do período com uma expansão da ordem de 30% a 40% na curva de produção de óleo. E quando você olha a produção de óleo e gás vocês podem ver que a gente ultrapassa os 3 milhões de barris equivalente por dia (petróleo e gás), passando a ser uma empresa de 3,4 milhões de barris equivalente por dia, portante uma empresa bastante relevante no cenário internacional."
Para Parente, a decisão da empresa de abandonar o setor de biocombustíveis implicará, necessariamente, na venda dos ativos de posse da empresa. Ele, no entanto, explicou a decisão da companhia. "Claramente não somos os melhores operadores deste tipo de produto", reconheceu Parente. "O etanol, por exemplo, é um produto basicamente agrícola e certamente não é a nossa especialidade e a gente tem que ter humildade de reconhecer que tem gente que faz isto melhor."

Governo anuncia leilão de campos terrestres antigos para fevereiro

Parente explica que meta vai ajudar a preservar as competências tecnológicas em áreas de maior potencial

Parente explica que meta vai ajudar a preservar as competências tecnológicas em áreas de maior potencial


FLÁVIO EMANUEL/AGÊNCIA PETROBRAS/JC
O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho, informou, na semana passada, que o governo federal deve leiloar em fevereiro de 2017 campos terrestres antigos, tipo de leilão mais conhecido como "rodadinha" entre as empresas de petróleo. "Na verdade, esperávamos fazer a 'rodadinha' ainda em 2016, mas as diretrizes foram assinadas recentemente e acho difícil que ocorra ainda este ano. Estamos trabalhando para que a primeira seja feita em fevereiro e as outras em meados do primeiro semestre", disse o ministro.
Coelho falou à imprensa após participar de uma reunião do Conselho Empresarial de Energia Elétrica da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), centro da capital fluminense. Segundo ele, estão previstos ainda um leilão de áreas do pré-sal unitizadas (processo que determina a unificação da produção de um campo que extrapola o limite de um bloco) e um de pós-sal. Eles serão feitos até meados do primeiro semestre do ano que vem.
A expectativa de Coelho é de que a votação na Câmara dos Deputados da lei que muda o regime de exploração do pré-sal ocorra em outubro e que espera que até o fim de outubro seja definida a ampliação do regime especial de isenções fiscais do setor de petróleo.
O leilão do pré-sal deve ofertar quatro áreas contíguas a campos já descobertos, cujas reservas se estendem para fora da área concedida, que são os campos de Gato do Mato, na Bacia de Campos, e Carcará, Tartaruga Verde e Sapinhoá, na Bacia de Santos. O ministro não quis revelar valores, mas disse que é importante que a arrecadação com os leilões, são os investimentos futuros.
"Acho que o valor deve dar mais do que estimamos. A estimativa é bem realista, mas acho que daqui para lá conseguiremos animar a indústria", afirmou Coelho, que não quis revelar números. "Mais importante do que os valores do leilão são os valores que vêm depois. Estamos falando de bilhões e bilhões em geração de emprego, renda, construção, equipamento e serviços." Este será o segundo leilão de áreas do pré-sal, depois de Libra, que foi realizado em 2013.