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Empresas & Negócios

- Publicada em 15 de Setembro de 2016 às 18:34

Com as mãos no futuro

Instituição incentiva crianças e jovens a realizar ações sustentáveis

Instituição incentiva crianças e jovens a realizar ações sustentáveis


ANTONIO PAZ/JC
Nicole Feijó
Sustentabilidade e educação são dois conceitos com significados diferentes, mas que estão mais unidos do que nunca. A Aldeia da Fraternidade, associação sem fins lucrativos dedicada a crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, percebeu a importância social dessa união e, desde então, ensina os seus atendidos a cuidar do meio ambiente. Mantida por convênios com o setor público, doações e parcerias, a organização já funcionou como casa lar, mas hoje atende 240 crianças, de um a 17 anos, em turno integral e no contraturno escolar. Para atendê-los, 48 funcionários do local contam ainda com outros voluntários frequentes. 
Sustentabilidade e educação são dois conceitos com significados diferentes, mas que estão mais unidos do que nunca. A Aldeia da Fraternidade, associação sem fins lucrativos dedicada a crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, percebeu a importância social dessa união e, desde então, ensina os seus atendidos a cuidar do meio ambiente. Mantida por convênios com o setor público, doações e parcerias, a organização já funcionou como casa lar, mas hoje atende 240 crianças, de um a 17 anos, em turno integral e no contraturno escolar. Para atendê-los, 48 funcionários do local contam ainda com outros voluntários frequentes. 
Há dois anos, depois de passar por um período de reestruturação pedagógica, organizou a sua atuação em três eixos: cultura e arte, esporte e lazer, e educação para sustentabilidade. A proposta do novo projeto pedagógico é ampliar as perspectivas de vida dos jovens com o objetivo de incentivá-los a fazerem escolhas mais saudáveis frente as novas oportunidades. O Bazar da Aldeia está entre os novos projetos, e irá comercializar roupas, artigos novos e seminovos feitos a partir de itens que seriam descartados (o chamado upcycling), e a quantia arrecadada com as vendas é destinada aos projetos da organização. Esse é apenas uma das ações que a instituição realizada para, além de gerar recursos, reduzir o impacto ao meio ambiente. Desde que as atividades foram reformuladas e os projetos, repensados, a sustentabilidade se tornou um dos principais focos da Aldeia. Ou seja, além da educação física, jiu-jitzu, oficinas de música e outras dinâmicas, as crianças são incentivadas a realizar ações de benefício ao meio ambiente.
A partir de um edital do Instituto Lojas Renner, iniciaram a construção de uma estufa e, em maio desde ano, com a ajuda da Emater, Sage Foundation e de outros voluntários, terminaram a construção do espaço. Inicialmente, a ideia é plantar para o consumo próprio, mas, no futuro, pretendem produzir o suficiente para que as famílias possam levar. Segundo Lorena de Mello, coordenadora do eixo, foram as demandas do cotidiano que motivaram a construção do espaço, pois os produtos orgânicos tinham um custo elevado. "Hoje, eles comem hortigranjeiros todos os dias, em outros tempos era diferente, porque a demanda é muito grande", revela. Os jovens se envolvem em todo o ciclo do alimento, desde o plantio até o processo de reciclagem do lixo orgânico. Lorena conta que todas as crianças são participativas e curiosas com as partes do processo. "Depois que eles viram os alimentos crescerem e levaram para a cozinha, se encantaram." A cada 15 dias, as crianças recebem a visita da chef Ana Paula Bruzza, da Anauê Quituteria, para realizarem juntos um trabalho de reaproveitamento de alimentos.
Em um mês, a instituição disponibiliza mais 13 mil refeições para os seus atendidos. Pensando na sustentabilidade e incentivados pelo Vê - empório e restaurante vegano, aderiram à campanha mundial "Segunda Sem Carne", dentro dos padrões da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). "Acho interessante dar essa referência de possibilidade, oferecer alternativas para que, conforme for crescendo, a criança possa ter autonomia de escolha", esclarece Luara Cándido, consultora na área de projetos. A intenção da instituição é inspirar outras organizações e escolas a abordarem a sustentabilidade e incentivarem a alimentação saudável, para afastá-la do estigma da elitização e de que quem está em situação de vulnerabilidade, por ter necessidades mais urgentes, não consegue olhar para essa questão. "A aldeia entende que todo mundo é igual e que as crianças e as famílias devem ter acesso a isso", defende Luara. Para isso, os funcionários e voluntários do local, junto a Lorena, tentam mostrar aos jovens que é possível produzir o próprio alimento sem o uso de agrotóxicos, caso não possam comprá-los.
A parceria entre o restaurante Vê e a Aldeia surgiu a partir do Movimento Satisfeito, um projeto iniciado em São Paulo, que combate o desperdício de alimentos. Os restaurantes que aderem ao movimento oferecem aos clientes pratos em uma versão reduzida, porém com o mesmo valor. Os recursos economizados são enviados à Aldeia e outra instituição. Maria Julia Rosa, administradora, técnica em gastronomia e proprietária do Vê, também foi parceira da organização na adoção da campanha Segunda Sem Carne. Além de uma oficina de receitas para qualificar os funcionários, ela cozinhou junto às crianças e jovens. "Tentamos incluir alimentos que não sejam tão diferentes visualmente do que aqueles com os quais eles estão acostumados." Ela acredita que a falta de conhecimento nutricional sobre as combinações de alimentos, novos tipos e quais são imprescindíveis restringe as pessoas a permanecerem com o que já conhecem e sem experimentar novidades.
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