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Empresas & Negócios

- Publicada em 05 de Setembro de 2016 às 18:39

Critérios de justiça no negócio

Imagine a seguinte situação: você tem dois sócios, um está na operação trabalhando, carregando o piano, trazendo clientes; o outro entrou com o capital e não participa do cotidiano do negócio. Como é que você administra a questão de justiça, nesse caso, no que se refere à divisão de lucros?
Imagine a seguinte situação: você tem dois sócios, um está na operação trabalhando, carregando o piano, trazendo clientes; o outro entrou com o capital e não participa do cotidiano do negócio. Como é que você administra a questão de justiça, nesse caso, no que se refere à divisão de lucros?
Muitas vezes, um sócio está trabalhando em uma determinada empresa, e o outro atua no negócio, tocando o piano. Ou seja, enquanto um cuida da própria carreira, o outro está batendo, quebrando pedra, sofrendo e tentando levar o negócio para frente. Do ponto de vista do negócio, você acha essa divisão justa? De um lado, parece que um dos sócios está investindo mais tempo do que o outro. De outro, alguém está investindo mais recursos. O que é uma distribuição adequada dos lucros quando você tem esse tipo de assimetria dentro do negócio?
Quando se propõe administrar critérios de justiça, a primeira coisa importante é reconhecer essa diferença: um está se dedicando mais do que outro. Com essa visão, torna-se importante tentar traduzir esse contexto em um formato de remuneração que atenda a essa realidade. A gente espera, claro, que o sócio que está na operação receba muito mais. Esperamos que aquele que oferece uma contribuição maior - seja em capital, trabalho ou outra forma - possa acessar, de uma forma mais adequada, a remuneração; seja quando sair da empresa ou quando estiver operando. Sabemos, entretanto, que isso não é trivial; não há uma fórmula simples, uma formula mágica. Então, é preciso ter bom senso e conversar a respeito para conseguir construir um entendimento do que é justo em cada momento, em cada negócio.
O que parece não ser um problema no início dos relacionamentos e sociedades ganha uma nova proporção ao longo do tempo. Com o passar dos anos e dos desafios do negócio, essa administração vai ficando cada vez mais injusta e problemática. É muito comum empresas terminarem, inclusive, com conflitos por conta dessa questão de administração de critérios de justiça e falta de alinhamento de expectativas.
Um importante instrumento para endereçar essa questão é a definição de papéis e responsabilidades. Além de ser uma forma de compreender que sócios-investidores e sócios-operadores possuem papéis distintos, estabelece critérios, regras e combinados entre as partes - o que mitiga, no longo prazo, o risco de conflitos. Além disso, essa medida permite pavimentar uma discussão sobre como compensar os esforços de forma justa e equilibrada.
A relação societária é uma das mais complexas discussões e um fundamento essencial para a construção de um sólido modelo de governança. O sucesso dessa primeira etapa cria bases para a implementação de outros instrumentos, como o acordo de acionistas e fóruns de gestão estratégica como um conselho de administração.
Economista, cofundador da Din4mo e administrador de empresas
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