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STF

- Publicada em 18 de Agosto de 2016 às 18:30

Barroso defende lei da ficha limpa

Ministro do STF Luís Roberto Barroso avalia que a legislação é boa

Ministro do STF Luís Roberto Barroso avalia que a legislação é boa


CARLOS HUMBERTO/SCO/STF/JC
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), saiu em defesa, na tarde desta quinta-feira, da lei da ficha limpa. A legislação, de iniciativa popular, foi alvo de críticas por outro magistrado da Corte, o ministro Gilmar Mendes, que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), saiu em defesa, na tarde desta quinta-feira, da lei da ficha limpa. A legislação, de iniciativa popular, foi alvo de críticas por outro magistrado da Corte, o ministro Gilmar Mendes, que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Barroso afirmou que a lei "é boa e que nós devemos continuar a aplicá-la". "Eu nem comento, nem critico opiniões de colegas, embora eu tenha a minha. Numa democracia, é legítimo que haja opiniões diferentes. Eu, diversamente, acho que a lei é boa, acho que a lei é importante e acho que a lei é sóbria. Acho que é uma lei que atende a algumas demandas importantes da sociedade brasileira por valores como decência política e moralidade administrativa", afirmou o ministro do Supremo, que evitou comentários diretos sobre a fala de Gilmar Mendes.
Na quarta-feira, Mendes disse que a legislação parece ter sido feita por "bêbados". "Essa lei já foi mal feita, eu já disse no plenário. Sem querer ofender ninguém, mas já ofendendo, que parece que foi feita por bêbados. É lei mal feita. Ninguém sabe se é contas de gestão, de governo", criticou o ministro, durante a sessão plenária do STF. O comentário do presidente do TSE foi feito durante a construção da tese - que é um resumo do entendimento dos ministros feito ao final do julgamento - de um caso no Supremo envolvendo a rejeição das contas de candidatos.
Barroso foi um dos votos vencidos na decisão do Supremo sobre o assunto. Apesar de lamentar a decisão, o ministro afirmou que a deliberação da maioria da Corte "não significa que a lei tenha sido derrubada".
"Isso significa que a lei não vai ser aplicada a uma específica situação, mas o conceito principal da lei, que é impedir que pessoas que tenham sido condenadas em segundo grau possam se candidatar e voltar para a política, eu acho que é um conceito importante, que deve ser preservado", afirmou o ministro.
Ao falar sobre a discussão a respeito da lei da ficha limpa, Barroso defendeu que a sociedade "empurre" uma agenda de reforma política. "O Brasil está vivendo um momento muito importante, em que nós vamos decidir se vamos mudar efetivamente de patamar ético ou se vamos deixar tudo muito parecido como o que sempre foi. Eu estou do lado dos que querem mudar o patamar ético do País e acho que a maior parte do Supremo também pensa assim", afirmou o ministro. "A política não pode ser um espaço em que as pessoas de bem não queiram chegar perto. Portanto é preciso fazer uma reforma importante, isso depende do Congresso, porque, é assim que funciona, mas a sociedade brasileira precisa empurrar essa agenda, uma agenda de reforma política."
Para Barroso, as ideias sobre a reforma política "já estão na mesa" e envolvem o debate sobre voto distrital misto, a proibição de coligação em eleições proporcionais e cláusula de barreira.

OAB responde a críticas de Mendes

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, criticou as declarações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, também ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a lei da ficha limpa. Mendes disse, na tarde de quarta-feira, que a lei foi mal feita e que parece ter sido elaborada por bêbados. Lamachia afirmou, em nota, que o teor da afirmação de Mendes não se coaduna com a postura de um magistrado, e elogiou a ficha limpa.