Com respeito, ouso discordar do ilustre ministro porque a corrupção tem origem, sempre, nos conchavos entre empresários e políticos. Nenhum empresário faz doação alguma a político ou a quem quer que seja por mero altruísmo ou caridade.
Eu diria que, via de regra, as doações, salvo as destinadas para instituições filantrópicas, somente têm como finalidade o interesse, que depois vai ficar materializado na corrupção que, devido a isso, se tornou endêmica, sistêmica e generalizada aqui no Brasil, jogando-nos no caos que hoje vivemos.
Outrossim, a iniciativa da proibição de doação de empresários para campanhas políticas teve como principal protagonista a OAB que representa mais de 750 mil advogados aqui no Brasil. Por quê? Porque nós, advogados, mais que ninguém, sabemos onde está o busílis da corrupção.
O ministro do STF Marco Aurélio Mello quando era presidente do TSE, em entrevista, referindo-se ao descalabro da corrupção na classe política e instituições públicas, afirmou: "A sociedade não é vítima, é a culpada. Reclama do governo e se esquece de que quem colocou os políticos lá foi ela própria".
É com ideais que vamos construir uma sociedade mais igualitária e menos violenta, buscando como exemplo aqueles grandes líderes, alguns deles extremamente pobres, que fizeram de suas vidas uma doação em prol dos necessitados e do bem comum. A classe política deveria ter essa índole.
Chega de políticos que saem por aí catando votos com dinheiro da corrupção e que depois enganam seus eleitores ao usarem seus mandatos apenas para beneficiar seus corruptores.
Advogado