Educação: os mensageiros da desesperança

Em 2014, na cidade de São Paulo, a capital do Estado mais rico do País, com o terceiro orçamento do Brasil, o número de estudantes reprovados nas escolas municipais mais que dobrou em relação a 2013. Obra da mudança de ciclos na rede de ensino, comandada por especialistas petistas, sob a chefia do prefeito Fernando Haddad (PT), os quais patrocinaram, no ano passado, o primeiro da vigência da medida, a subida astronômica da repetência no Ensino Fundamental, a qual subiu 145%. Foi de 2,2% para 5,4%, em comparação a 2013.

Outra inovação do governo Haddad foi o aumento do número de séries em que os alunos podem repetir. Antigamente eram duas (3ª e 9ª); agora passaram para cinco (3ª, 6ª, 7ª, 8ª e 9ª). A imprensa apurou que diretores e professores têm sido pressionados a não reprovar. O próprio ex-secretário de Educação Cezar Calegari confirmou que emitiu orientação para a rede não repetir alunos, mesmo que eles tivessem notas vermelhas em todos os bimestres. Já no Rio de Janeiro, o programa Melhor Jovem, de encaminhamento educacional, igual a navio afundando, está fazendo água por todos os lados. Ainda não foi desativado por razões de marketing, já que o governo estadual fez um estardalhaço publicitário deste programa, que já engoliu US$ 60 milhões financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O príncipe Vyazemsky inventou para Tolstói o termo netovshchick ("negativista") por seu ceticismo corrosivo, qualidade rara nos poucos esclarecidos do Brasil, os únicos que têm consciência que somente com educação de qualidade, provam os países civilizados, é que se consegue chegar a uma sociedade culta e civilizada, a qual é o fiel da balança em um Estado nacional, não o Judiciário ou o Legislativo. O atraso, a barbárie, a miséria, a corrupção, privilégios com o dinheiro do contribuinte etc., são frutos do descaso histórico com a educação, que, no passado, era mais bem tratada. Os professores eram respeitados e viviam com dignidade. No tempo dos cursos Primário, Ginasial e Colegial (Clássico e Científico), o aluno estudava, ou era reprovado.