Um vídeo atribuído ao grupo extremista Boko Haram divulgado ontem mostra diversas garotas mantidas em cativeiro. Elas seriam as meninas sequestradas pelo grupo há mais de dois anos na Nigéria. Nas imagens, publicadas no Twitter, uma delas implora que membros do Boko Haram presos sejam soltos em troca da liberdade das garotas.
O grupo de 276 jovens foi sequestrado do vilarejo de Chibok em abril de 2014. Algumas delas conseguiram fugir, mas 218 continuam desaparecidas e, possivelmente, em poder do grupo. Na ocasião, a primeira-dama norte-americana, Michelle Obama, e celebridades participaram de uma campanha internacional pela libertação das meninas, o que não aconteceu.
No vídeo divulgado, uma garota se identifica como uma das sequestradas e diz que ataques aéreos feitos pelo governo nigeriano contra o grupo mataram algumas das jovens. A refém também afirma que 40 delas foram obrigadas a se casar com membros do grupo.
"Vocês, meu povo e nossos pais, vocês têm de, por favor, vir ao nosso resgate. Estamos sofrendo aqui, a aeronave acabou nos bombardeando e matando muitas de nós. Algumas estão feridas. Todos os dias, estamos enfrentando dores e sofrimento, assim como nossos bebês. Alguns dos maridos com os quais casamos também estão feridos, alguns estão mortos. Ninguém se importa conosco", afirma ela.
"Por favor, vá e implore ao governo da Nigéria para libertar os colegas dos nossos sequestradores, para que eles também possam nos libertar. Nós realmente estamos sofrendo, não há comida para comer nem água para beber."
Um dos integrantes do grupo, segurando um fuzil, também aparece nas imagens. Em hausa, língua usada na região, ele ameaça matar as garotas se o governo do presidente Muhammadu Buhari mantiver os ataques ao Boko Haram.
"Se nossos membros presos não forem libertados, o governo e as famílias das garotas de Chibok devem saber que elas nunca serão encontradas novamente", adverte o extremista, que aparece diante de um grupo de mais de 40 jovens em hijabes.
"Atualmente, algumas das garotas estão aleijadas e terrivelmente doentes, e algumas delas, como eu disse, morreram durante o bombardeiro feito pelos militares nigerianos", afirma ele. Não é possível confirmar a veracidade das imagens nem saber quando foram feitas.