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- Publicada em 31 de Agosto de 2016 às 23:31

Entidades irão a Brasília cobrar medidas contra violência no Estado

Para Isaac Ortiz, violência se deve a contingenciamento de gastos

Para Isaac Ortiz, violência se deve a contingenciamento de gastos


FREDY VIEIRA/JC
Isabella Sander
Indignados com mais um parcelamento de salário, os sindicatos da área da segurança pública do Estado anunciaram ontem que irão a Brasília reivindicar ao Ministério da Justiça medidas imediatas para solucionar a crise de violência. O grupo apresentou um "Manifesto ao Povo Gaúcho", alertando para a situação caótica. Além disso, os servidores farão uma paralisação hoje, das 6h às 21h. Nesse período, só serão acolhidas demandas emergenciais nas delegacias. 
Indignados com mais um parcelamento de salário, os sindicatos da área da segurança pública do Estado anunciaram ontem que irão a Brasília reivindicar ao Ministério da Justiça medidas imediatas para solucionar a crise de violência. O grupo apresentou um "Manifesto ao Povo Gaúcho", alertando para a situação caótica. Além disso, os servidores farão uma paralisação hoje, das 6h às 21h. Nesse período, só serão acolhidas demandas emergenciais nas delegacias. 
"Desde o ano passado, vimos um descalabro na segurança pública. O sistema ruiu, e essa ruína passa, sim, pela gestão do governo estadual. Outros estados, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, também têm problemas financeiros similares e estão pagando em dia o salário dos policiais", frisa o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul (Sinpef/RS), Ubiratan Sanderson.
O governo revelou que depositará R$ 800,00 como primeira parcela do salário dos servidores deste mês. Na visão dos sindicalistas, o parcelamento e a falta de investimentos mostram que o governador José Ivo Sartori não prioriza a segurança. "Jamais foi dado ouvido para aqueles que estão na ponta, operando o sistema. Por isso, buscaremos diretamente o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes", relata Sanderson. A intenção é solicitar que Moraes faça uma intervenção "imediata, dura e forte, para que a paz social seja restabelecida no Rio Grande do Sul".
A principal demanda é pelo não parcelamento, a fim de remotivar os agentes de segurança. "É notório que todo o efetivo, após um ano e meio sem receber em dia, está desmotivado", observa o presidente do Sinpef/RS. Somente em 2015, segundo Sanderson, 500 policiais foram assassinados no Brasil em serviço. Foi o País com mais mortes desse tipo, superando o México, que até então liderava as estatísticas. "Como levar um policial para combater o crime, sabendo que a chance de ele morrer é grande, se nem o salário está recebendo em dia?", questiona.
O presidente do Sindicato dos Inspetores, Escrivães e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm), Isaac Ortiz, alega que a crise da segurança se deve ao decreto de contingenciamento de gastos no setor, promovido no início do governo Sartori e reeditado em 2016. "Não temos segurança porque o Estado está inerte e ainda contingencia todo o trabalho", critica.
Presidente da Associação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar e Bombeiros Militares (Abamf), Leonel Lucas concorda. "Não adianta ser nomeado como secretário de Segurança Pública o Batman ou o Super-Homem se o governador não cumprir o papel dele. Mesmo se trabalhássemos sem déficit de pessoal, se o salário não for pago em dia, continuaremos com essa crise e esse desânimo dos servidores", opina.
Todos os sindicatos de servidores estaduais estão engajados na paralisação de hoje, inclusive o dos Servidores Penitenciários (Amapergs). "Sabemos que isso não mudará o cenário, pois o governador já mostrou que não tem compromisso com a segurança pública. Se tivesse, no mínimo, cumpriria a decisão que obriga o Estado desde o ano passado a pagar os salários integralmente", afirma o presidente da entidade, Flávio Berneira.
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