Um dos mais emblemáticos centros culturais de Porto Alegre, a Fundação Iberê Camargo é a mais nova vítima da crise econômica. A partir do próximo dia 30 de agosto, todas as áreas do prédio, incluindo o estacionamento e o café no térreo, abrirão apenas às sexta-feiras e aos sábados, das 13h às 18h.
Conforme o superintendente, Fábio Coutinho, a falta de recursos obrigou a essa decisão drástica, que deve ser mantida, pelo menos, até o fim de 2016. Uma exposição sobre o Torreão, iniciativa cultural capitaneada por Élida Tessler e Jailton Moreira, estava prevista para este ano e foi adiada para 2017. Também nove funcionários foram desligados.
Segundo Coutinho, o funcionamento da fundação depende de empresas patrocinadoras, que reduziram seus repasses. Está em cartaz, no momento, uma grande exposição sobre arte moderna brasileira, com peças de artistas como Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Alfredo Volpi. O grande edifício branco, erguido de frente para o Guaíba, foi projetado por Álvaro Siza e ganhou o Leão de Ouro da Bienal de Veneza por sua arquitetura – a inauguração ocorreu em 2008.
Além de atividades focando o acervo de Iberê Camargo, o espaço recebeu exposições de grandes nomes como Tomie Ohtake e Waltério Caldas (ambas em 2012), Giorgio Morandi e Nuno Ramos (em 2014) e Abraham Palatnik (2015) – a fundação também participa como um dos locais da Bienal do Mercosul. A megamostra, por sua vez, anunciou em julho que, também atingida pela crise econômica, prepara mudanças para a edição do próximo ano, repensando a missão e a estrutura do evento.