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Saúde

- Publicada em 11 de Agosto de 2016 às 18:03

'Homem não procura atendimento porque trabalha mais', afirma ministro

Em uma afirmação controversa, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que homens procuram menos os serviços de saúde porque trabalham mais que as mulheres. "É uma questão de hábito, de cultura, até porque os homens trabalham mais, são os provedores da maioria das famílias. Eles não acham tempo para se dedicar à saúde preventiva", comentou.
Em uma afirmação controversa, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que homens procuram menos os serviços de saúde porque trabalham mais que as mulheres. "É uma questão de hábito, de cultura, até porque os homens trabalham mais, são os provedores da maioria das famílias. Eles não acham tempo para se dedicar à saúde preventiva", comentou.
Os dados de uma pesquisa do Ministério da Saúde mostram que quase um terço deles não possui o hábito de frequentar o serviço para acompanhar seu estado de saúde e de buscar auxílio na prevenção de doenças. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira, mostra que as barreiras socioculturais interferem na prevenção à saúde e que, em muitos casos, os homens pensam que não ficam doentes ou têm medo de descobrir alguma alteração no organismo.
"É realmente uma cultura que precisa ser modificada. Quem precisa acha o tempo. Nós queremos estimular os homens a fazer saúde preventiva. Sete anos de expectativa de vida de diferença entre homens e mulheres é muito. Precisamos reduzir isso", acrescentou Barros.
A pesquisa, feita em 2015, ouviu mais de 6 mil homens cujas parceiras fizeram parto no Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo mostrou que, apesar de o pré-natal da parceira ser o momento em que o homem está mais próximo dos serviços de saúde, as consultas e os exames ainda são pouco aproveitados. A maioria dos homens (80%) disse que acompanha a parceira nas consultas, mas 56% afirmaram que o atendimento teve foco apenas nas orientações à gestante.
Outro argumento bastante comum entre os entrevistados (55%) é a afirmação de que nunca precisaram buscar o serviço de saúde. Essa falta de cuidado, no entanto, esconde uma crescente consequência para a maioria dos brasileiros: eles morrem mais cedo do que as mulheres e de doenças que poderiam ser prevenidas, como acidentes vasculares, infartos, cânceres e doenças do aparelho digestivo.
A partir deste diagnóstico e em alusão ao Dia dos Pais, comemorado neste domingo, o Ministério da Saúde lança o Guia do Pré-Natal do parceiro e o Guia da Saúde do Homem para agente comunitário de saúde. O objetivo é aproveitar o momento em que o homem está mais próximo do serviço de saúde, acompanhando sua parceira no pré-natal, para que ele adote hábitos saudáveis e realize exames preventivos.
Sobre a realização de exames, 84,6% dos pais não realizaram nenhum durante o pré-natal. Os exames mais pedidos para os que realizaram foram tipagem sanguínea (70,4%), seguido da sorologia para HIV e hemograma.
Além disso, 64% dos homens não atualizaram o cartão de vacinas. Quanto às orientações sobre planejamento familiar, 61% relataram ter recebido atendimento nos serviços de saúde.

Saúde preventiva poderia reduzir o número de mortes

Segundo a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a expectativa de vida dos homens alcançou 71 anos, entre as mulheres, a expectativa é de 78 anos. A busca tardia pelo atendimento pode ser um dos motivos dessa diferença. As causas que mais matam os homens são as externas (acidentes de trânsito, violências), seguido de doenças do aparelho circulatório, neoplasias e aparelho digestivo - males que, se conhecidos no estágio inicial, podem ser prevenidos ou controlados. 
Dados do levantamento Vigitel 2015 mostraram ainda outros problemas. No quesito da nutrição, 57% dos homens têm sobrepeso e 18% estão obesos, 25% deles consomem bebidas alcoólicas, 13% deles fumam e apenas 31% consomem regularmente frutas e verduras.
O governo brasileiro foi o primeiro das Américas a desenvolver e executar uma política exclusiva para homens. Atualmente, além do Brasil, apenas Austrália e Irlanda apresentam uma política com a mesma finalidade.
As publicações serão apresentadas em capacitações que acontecerão em todo o País de agosto a novembro deste ano. Serão distribuídos 242,5 mil exemplares do guia do pré-natal. O Ministério da Saúde também lançou, em parceria com a Avasus, um curso a distância chamado Pai Presente - Cuidado e Compromisso. O curso é voltado para todos os pais que querem viver uma paternidade ativa e consciente e pode ser acessado pelo link https://avasus.ufrn.br/.