Publicada em 30 de Agosto de 2016 às 19:07

SkyDrones quer alçar voos cada vez mais altos

Bogdawa destaca aumento da procura por monitoramento

Bogdawa destaca aumento da procura por monitoramento


LÍVIA STUMPF/JC
Patrícia Comunello
Uma das fabricantes nacionais de aeronaves remotamente tripuladas (vants) e drones, a SkyDrones aposta num negócio que une equipamentos e serviço de dados de alta precisão como grande potencial do segmento. O CEO da empresa, Ulf Bogdawa, cita que a venda de serviços de monitoramento do desempenho de lavouras, de redes de energia, como parques eólicos, petroquímica, plataformas de petróleo até redes de atendimento de urgência nas cidades são aplicações de uma tecnologia com capacidade disruptiva.
Uma das fabricantes nacionais de aeronaves remotamente tripuladas (vants) e drones, a SkyDrones aposta num negócio que une equipamentos e serviço de dados de alta precisão como grande potencial do segmento. O CEO da empresa, Ulf Bogdawa, cita que a venda de serviços de monitoramento do desempenho de lavouras, de redes de energia, como parques eólicos, petroquímica, plataformas de petróleo até redes de atendimento de urgência nas cidades são aplicações de uma tecnologia com capacidade disruptiva.
Há seis anos no mercado, com unidade em Shenzen, na China, desde 2015 e prestes a abrir escritório na Califórnia, para entrar no mercado de segurança dos Estados Unidos com nanodrones, a empresa se prepara para aumentar a fabricação no País, com novas operações. A Zona Franca de Manaus está na mira. Engenheiro mecânico que trocou a automação do ramo coureiro-calçadista pelas aeronaves não tripuladas, Bogdawa abriu o negócio em 2008. Desde lá, a SkyDrones lançou dois modelos - um de asa fixa, o Zangão, e outro com rotores, o Pelicano, que é aplicado em atividades do agronegócio. Mais dois modelos estão saindo do forno, com testes na sede, em Porto Alegre, revelou ontem o empresário, que participou do painel Diálogos da Casa JC na Expointer.
O drone aplicado na agricultura, que é montado na China desde o final do ano passado, teve 30 unidades vendidas. Nos vants, o Zangão é apontado pelos empreendedores como o primeiro vant de baixo custo a ser montado no Brasil, que voa até 170 quilômetros por hora, chega a 2 mil metros de altitude e cobre 200 a 300 hectares. O valor é de R$ 50 mil, ao lado de concorrentes de R$ 150 mil a R$ 200 mil, diz o CEO. Este modelo tem aplicação em obras de infraestrutura. "Fizemos um teste em uma estrada. Os agrimensores levaram quatro dias para medir, e um avião nosso fez em sete minutos e 10 vezes melhor", contrasta. Na agricultura, a aplicação deve impulsionar o uso de dados a partir da coleta nas áreas. O ritmo de vendas deve se acelerar nos próximos dois anos.
O Pelicano, que ainda é o mais buscado no campo, foi apresentado na edição de 2015 da Expointer, em Esteio, e atinge o agronegócio e também operações industriais. Neste ano, a SkyDrones decidiu não expor modelos. "Na agricultura, não podemos só vender o drone, pois o produtor não sabe usar. Vamos vender informação de área mapeada e onde tem problema." O Ministério da Saúde também demonstrou interesse em ter o equipamento para combate ao mosquito que transmite o zika vírus. Graças a este filão, a Skydrones decidiu criar a Skytech, que desenvolve serviços para inspeção em unidades industriais.
Estes modelos têm câmeras de imagem com alta capacidade, que são importadas. Outra derivação do negócio é explorar inteligência artificial, para processar dados e entregar relatórios aos clientes. "Nossa equipe de desenvolvimento trabalha hoje exclusivamente em cima do processamento de imagens." Sobre o potencial do mercado de fabricação e serviços ligados às aplicações, o CEO lembra que, no mundo, se fala em cifras de US$ 200 bilhões a US$ 300 bilhões ao ano. A empresa gaúcha projeta que, em dois anos, poderá alcançar faturamento de R$ 10 milhões ao ano com produtos e serviços. A regulamentação do uso dos aparelhos é o gargalo no País, e Bogdawa espera que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) oficialize as regras em 30 dias.
Comentários CORRIGIR TEXTO