Capacitação técnica é saída para evitar o desperdício

O atual momento econômico só veio confirmar uma tendência e necessidade do varejo: reduzir o desperdício. Ciente dessa realidade, o departamento de Capacitação da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) atualizou todos os seus cursos e inseriu o tema Prevenção de Perdas. "Não adianta vender muito se tiver desperdício. Com crise ou sem crise, esse quesito deve ser observado. A prevenção de perdas veio para ficar, assim como a capacitação técnica de açougue e padaria", afirma a coordenadora Angelita Garcia. Ela defende ser fundamental esse cruzamento de interdisciplinaridade para ligar todos os setores envolvidos no negócio.

A atualização dos conteúdos é uma preocupação constante da entidade. Pelo menos três vezes ao ano, a equipe de capacitação se reúne para ajustar e agregar novas temáticas aos cursos. Atualmente, o corpo docente da Agas é formado por 42 instrutores, todos com experiência em varejo, curso superior e consultores de empresas que atuam na cadeia. A qualidade e o reconhecimento das aulas propostas pela associação fazem com que empresários, gestores e colaboradores de outros segmentos também busquem a entidade dos supermercadistas para se capacitar. A área de Capacitação foi criada em 2004 e conta com mais de 40 mil profissionais treinados.

Nos últimos anos, a entidade gaúcha desenvolveu inovações e ideias pioneiras, como o projeto De Olho no Futuro, que percorre o Rio Grande do Sul levando qualificação em um veículo itinerante; e solidificou o Gestão em Supermercados (GES), que capacita gestores do setor em um curso de quatro meses de duração.

No In Company, por exemplo, a Agas oferece profissionais gabaritados e com grande experiência para construir um diagnóstico da empresa. Angelita explica que a proposta é ouvir os gestores e desenvolver uma capacitação específica para a necessidade da marca, com uma costura interdisciplinar e exclusiva para o negócio.

Com a exigência do cliente cada dia maior, hoje é impossível pensar em um varejo de sucesso sem bom preço e qualidade. O diretor executivo dos Supermercados Lanz e diretor do Comitê Jurídico e do Comitê de Capacitação da Agas, Ezequiel Stein, ressalta que os produtos que os supermercados vendem são os mesmos, mas a forma com que se vende é que muda. "A qualidade no serviço sempre foi e sempre será o diferencial competitivo. Brigar somente para ter o melhor preço não adianta, porque só vai funcionar até o momento em que outra empresa quiser ter um preço melhor que o seu", afirma ele, lembrando que manter o cliente somente pelo preço baixo é uma alternativa a curto prazo, enquanto qualificar e treinar as equipes de trabalho é uma ação mais promissora e duradora.

Outros setores que devem receber atenção e qualificação constante, segundo Stein, são padaria, açougue e fruteira. Ele explica que, ao contrário de produtos industrializados, o pão, a carne, as frutas e verduras que se vendem não serão iguais em nenhum outro estabelecimento. De olho nessa demanda sempre presente, a Agas estará reinaugurando, em outubro, o seu Supermercado Modelo, com equipamentos que atendem à Norma Regulamentadora (NR12), que exige uma série de regras que devem ser seguidas pelas empresas, como por exemplo pisos nivelados, onde são instaladas as máquinas e travas de segurança para evitar acidentes.

Angelita conta que a melhoria no Supermercado Modelo foi possível graças à parceria com as empresas Gpaniz, Gastrofrio e Gramonaq, que disponibilizaram equipamentos de açougue e padaria. "Teremos uma conduta revigorada, com conteúdo, filosofia e estrutura de ponta", comemora a coordenadora do departamento de Capacitação da Agas.