O compasso de espera antes da conclusão do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff prevaleceu no mercado de câmbio durante a tarde de ontem. No mercado à vista, o dólar negociado no balcão fechou aos R$ 3,238, em alta de 0,12%. De acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa, o volume de operações somou US$ 962,703 milhões. No mercado futuro, o contrato de dólar para setembro avançou 0,34%, aos R$ 3,2430, com giro de US$ 14,443 bilhões. Na máxima, o futuro de dólar chegou a R$ 3,2645 ( 1,01%), enquanto na mínima atingiu R$ 3,2210 (-0,32%).
Além do resultado do impeachment, o pregão de hoje também conta com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre e o desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Para o câmbio especificamente, espera-se ainda a disputa técnica em torno da formação da taxa Ptax de fim de mês.
O ambiente externo, marcado também por ansiedade, ajudou a elevar o dólar, diante da percepção de que o aumento da confiança dos consumidores nos Estados Unidos pode indicar um aperto iminente de juros pelo Federal Reserve. Na agenda da semana, está previsto ainda o relatório do mercado de trabalho dos Estados Unidos (payroll) na sexta-feira, que tem ganhado importância na visão do mercado após comentários recentes de dirigentes do Federal Reserve e alguns dados positivos do país.
A Bovespa teve um pregão de baixo volume de negócios e trajetória lateral ontem, com os investidores à espera de definições. A bolsa brasileira iniciou o dia em alta, perdeu fôlego com o cenário externo mais adverso e operou em leve baixa na maior parte do tempo, num comportamento atribuído a uma leve realização de lucros. Ao final dos negócios, ficou praticamente estável, em baixa de 0,06%, aos 58.575 pontos, com R$ 5,37 bilhões em negócios.
Algumas das ações que mais subiram na segunda-feira, acompanhando seus pares no exterior, acompanharam ontem esses mesmos pares na correção. Foi o caso dos papéis da Vale, que devolveram os ganhos da véspera, com quedas de 2,49% (ON) e 2,01% (PNA). Algumas ações de bancos também passaram por realização de lucros. Banco do Brasil, que havia subido mais de 4% na véspera, recuou 0,38%.