Bolsas asiáticas caem com sinalização do Fed, mas iene fraco impulsiona Tóquio

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em baixa nesta segunda-feira (29), influenciadas pela possibilidade de novas altas de juros nos EUA. A principal exceção foi a de Tóquio, que garantiu fortes ganhos em meio ao enfraquecimento do iene frente ao dólar.

Na sexta-feira, a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Janet Yellen, disse que o argumento para um novo aumento de juros "se fortaleceu nos últimos meses", em discurso feito durante o simpósio anual do Fed em Jackson Hole (Wyoming). Já o vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, indicou em entrevista que a elevação de juros poderá vir já na reunião do BC norte-americano em setembro.

Os comentários das principais autoridades do Fed pesaram sobre as ações de vários mercados asiáticos, uma vez que eventuais altas de juros nos EUA tendem a direcionar recursos financeiros para ativos denominados em dólar.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,38% hoje, a 22.821,34 pontos, enquanto em Seul, o sul-coreano Kospi recuou 0,25%, a 2.032,35 pontos. Já em Taiwan, o Taiex registrou perda de 0,24%, a 9.110,17 pontos, e em Manila, o filipino PSEi teve baixa marginal de 0,12%, a 7.845,49 pontos.

A bolsa japonesa destoou e subiu 2,3%, com o Nikkei encerrando o pregão a 16.737,49 pontos, após o dólar avançar ante outras moedas relevantes, incluindo o iene, em reação às falas dos dirigentes do Fed. O iene desvalorizado normalmente favorece os negócios com ações em Tóquio, em especial de exportadoras.

O Xangai Composto, principal índice acionário da China, ficou estável nesta segunda, a 3.070,35 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto mostrou leve alta de 0,2%, a 2.027,15 pontos.

Na Oceania, a perspectiva de juros mais altos nos EUA também pressionou o mercado australiano. O S&P/ASX 200, que reúne as empresas mais negociadas em Sydney, caiu 0,8%, a 5.469,20 pontos, o menor nível desde 3 de agosto.