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Economia

- Publicada em 28 de Agosto de 2016 às 18:59

Setor da construção ainda opera em ritmo de queda

Utilização da capacidade de operação passou de 56% em junho para 57% em julho

Utilização da capacidade de operação passou de 56% em junho para 57% em julho


ANTONIO PAZ/JC
A indústria da construção permanece operando abaixo do usual, mas o ritmo de queda da atividade e do número de empregados tem apresentado redução, avaliou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a Sondagem da Indústria da Construção (CNI), os indicadores de atividade (42,3 pontos) e de número de empregados (39,7 pontos) cresceram 1,1 e 1,6 ponto, respectivamente, na passagem de junho para julho.
A indústria da construção permanece operando abaixo do usual, mas o ritmo de queda da atividade e do número de empregados tem apresentado redução, avaliou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a Sondagem da Indústria da Construção (CNI), os indicadores de atividade (42,3 pontos) e de número de empregados (39,7 pontos) cresceram 1,1 e 1,6 ponto, respectivamente, na passagem de junho para julho.
"Apesar do aumento, os indicadores permanecem abaixo dos 50 pontos, o que indica queda do nível de atividade e do número de empregados em relação ao mês anterior. Quanto mais abaixo dos 50 pontos, mais intensa e disseminada é a queda", disse a CNI no boletim da sondagem. A utilização da capacidade de operação passou de 56% em junho para 57% em julho. A despeito do aumento, o índice permanece oito pontos percentuais abaixo da média histórica para o mês.
Para a CNI, as expectativas dos empresários estão cada vez menos pessimistas. "Na passagem de julho para agosto, todos os indicadores apresentaram alta, tendência observada desde abril de 2016", disse a CNI. Os índices de expectativa do nível de atividade (46,1) e de novos empreendimentos e serviços (44,8) variaram 1,5 ponto e 3,4 pontos entre julho e agosto, respectivamente. Na mesma base de comparação, os indicadores de expectativa de compras de insumos e matérias-primas (44,3) e do número de empregados (43,5) variaram 1,6 ponto e 1,5 ponto, respectivamente.
Os índices de expectativa variam de zero a 100 pontos. Valores abaixo dos 50 pontos indicam expectativa de queda. A baixa utilização da capacidade instalada e a fraca atividade da indústria da construção desestimulam os empresários a investir. "Embora tenha aumentado de 25,3 pontos em julho para 26,8 pontos em agosto, a intenção de investimento permanece muito baixa", analisou a CNI.
O setor de média baixa intensidade - que inclui produtos de borracha, metálicos, não metálicos, entre outros - tem sido a exceção no processo de recuperação da indústria brasileira. O patamar da queda continua similar ao verificado no período mais intenso da crise. No trimestre encerrado em junho, o recuo foi de 10,4% ante o mesmo período do ano passado. "A indústria de média baixa segue andando de lado", afirma Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Essa fatia da indústria sofre com a baixa demanda por produtos metálicos - resultado da crise do setor automobilístico e da construção civil - e pelo excesso de produção em siderurgia no mundo, o que dificulta o caminho das exportações para aliviar o mau momento do mercado brasileiro. "O setor de média baixa tecnologia ainda enfrenta as dificuldades do setor de petróleo e combustível. Ele não sente só o efeito da crise, mas também as questões envolvendo a Petrobras", diz o economista do Iedi.
Sem recuperação. Embora o cenário comece a melhorar para a indústria de forma geral, um crescimento da produção industrial só deverá ser observado no ano que vem. De acordo com os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, a expectativa para a produção industrial é de uma alta de 1,05% em 2017. Neste ano, os economistas estimam uma retração de 5,95%. "Se vier uma recuperação, ela deve ocorrer em 2017. Estamos num momento delicado. Possíveis reversões dessa trajetória de recuperação podem ocorrer", afirma Cagnin.
Um dos pontos de incerteza da indústria nacional é o patamar do câmbio por causa da recente a valorização do real. Neste ano, a moeda norte-americana já recuou 17,4% ante a brasileira. No ano passado, a forte desvalorização do real tornou a indústria brasileira mais competitiva no exterior e reduziu o ritmo de importações, o que beneficiou duplamente os produtores nacionais.
"Com o câmbio a R$ 3,50, a perspectiva era de uma melhora imediata. O real desvalorizado ajudou na substituição de importação de 300, 350 mil toneladas no setor têxtil, e algo em torno de 400 e 450 milhões de peças de vestuário", afirma Rafael Cervone, presidente da Associação Brasileira de Indústria Têxtil (Abit). "Se conseguirmos mexer com questões mais estruturantes, como modernização da legislação trabalhista e avanço nos acordos comerciais, rapidamente o cenário pode e os investimentos serão retomados", afirma Cervone.
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