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Crédito

- Publicada em 25 de Agosto de 2016 às 20:14

Crédito encolhe e inadimplência registra alta

Em janeiro, 50,93% da carteira de crédito referia-se à pessoa física

Em janeiro, 50,93% da carteira de crédito referia-se à pessoa física


JC
O estoque de crédito e as concessões de novos empréstimos encolheram pelo segundo mês consecutivo em julho, em um ambiente de alta de juros e novo aumento da inadimplência. Segundo dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quinta-feira, o estoque recuou 0,4% entre junho e julho, para R$ 3,12 trilhões. Esse é o menor valor em 12 meses. Em julho do ano passado, o estoque estava em R$ 3,11 trilhões. Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), o crédito passou de um recorde de 54,5% no final de 2015 para 51,4% em julho deste ano. As concessões de novos empréstimos também recuaram no mês passado, uma queda de 6,9% em relação a junho, considerando a média diária de R$ 12,7 bilhões.
O estoque de crédito e as concessões de novos empréstimos encolheram pelo segundo mês consecutivo em julho, em um ambiente de alta de juros e novo aumento da inadimplência. Segundo dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quinta-feira, o estoque recuou 0,4% entre junho e julho, para R$ 3,12 trilhões. Esse é o menor valor em 12 meses. Em julho do ano passado, o estoque estava em R$ 3,11 trilhões. Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), o crédito passou de um recorde de 54,5% no final de 2015 para 51,4% em julho deste ano. As concessões de novos empréstimos também recuaram no mês passado, uma queda de 6,9% em relação a junho, considerando a média diária de R$ 12,7 bilhões.
A inadimplência, que recuou em junho para 3,5%, voltou a subir no mês passado, para 3,6%. Ainda está, no entanto, abaixo do pico de 3,7% verificado em maio deste ano. As taxas médias de juros seguem batendo recordes. No crédito ao consumo, por exemplo, subiu de 59,5% para 71,9% ao ano entre julho de 2015 e o mesmo mês de 2016. Um dos destaques é o cheque especial, que passou de 246,9% para 318,4% ao ano no período.
A taxa mais alta continua sendo a do rotativo do cartão de crédito, que estava em 394,4% há um ano, chegou ao recorde de 471,5% em maio e caiu para 470,7% ao ano em julho deste ano. "O mercado de crédito evolui de uma maneira bastante contida neste ano, refletindo principalmente um nível de atividade em patamar baixo, indicadores de confiança que mostram na margem recuperação, mas que estão em níveis historicamente baixo. E reflete a evolução do custo de crédito", afirmou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.
 

Bancos públicos perdem participaçãoe privados têm resultado positivo

Os bancos públicos reduziram seus estoques de crédito em julho. As instituições oficiais ficaram com um saldo de R$ 1,764 trilhão em julho, valor 0,2% menor que o de junho. Nos bancos privados, houve alta de 5,5% na margem, para R$ 960,6 bilhões. Em 12 meses até julho, a alta está em 2,8% entre os bancos públicos e em 2,1% entre os privados.
A inadimplência nas instituições públicas subiu de 2,7% em junho para 2,8% em julho. No caso das instituições privadas nacionais, a taxa foi de 4,9% para 5,0% e, nas estrangeiras, o calote caiu no período de 3,8% para 3,4%.
Entre os bancos públicos, as provisões foram de 4,8% para 4,9%; nos nacionais privados, subiram de 8,9% para 9,2% e, nos estrangeiros, passaram de 6,6% para 6,3% no mesmo período de comparação. As operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceram 0,8% em julho ante junho, totalizando R$ 520,95 bilhões.
 

Julho não é época sazonal de retração, avalia chefe do BC

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, chamou a atenção para o fato de o mercado de crédito ter se retraído mais uma vez em julho, para R$ 3,116 trilhões. "Julho já não é uma época sazonal característica de retração. Efetivamente, o mercado de crédito evolui de forma contida ao longo do ano", observou. O técnico do BC enfatizou que o desempenho do crédito está em um contexto de atividade mais baixa e de juro mais alto e lembrou que, em 12 meses, o estoque de crédito apresenta alta de apenas 0,2%. "O quadro é o mesmo para o crédito livre e direcionado, pessoa física ou jurídica", pontuou.
Dentro do crédito livre, o recuo deveu-se, sobretudo, ao crédito às empresas, conforme Maciel. "A retração do saldo abrangeu a maior parte das modalidades, foi quase generalizada. Mas destaca-se o crédito para capital de giro, que mostra recuo pronunciado ao longo do ano e também neste mês", disse.
O chefe de Departamento salientou que o crédito livre às famílias praticamente manteve-se estável no mês e que isso se deu ao refletir movimentos distintos. "Tivemos um pouco mais de consignado e retração de cheque especial e veículos, que já vem há bastante tempo", considerou. Em 12 meses, o crescimento é de 0,6%, variação que foi considerada "modesta" para crédito para famílias pelo técnico. "Tem modalidades recuando de forma bem caracterizada, como veículos, e outros mostrando alguma reação, como consignado", citou o economista do BC.
No caso do crédito direcionado, ele comentou que os movimentos são aqueles semelhantes aos já observados no passado, com redução do ritmo de expansão do crédito imobiliário e um menor volume para empresas, em especial para investimentos. "Isso ocorre em um ambiente de continuidade de crescimento das taxas de juros, com aumento de spread", disse. Ele lembrou que a taxa de captação segue estável, mas que os spreads estão mais elevados por razão, principalmente, de composição - com aumento de taxas de maior risco e quadro de inadimplência bem comportado na margem.
Maciel afirmou que o recuo em 12 meses do crédito para veículos parece ter "encontrado um patamar". De acordo com os dados divulgados pela instituição, o recuo em 12 meses até julho foi de 13,6%. Maciel chamou a atenção para o fato de que, em meses anteriores, este acumulado chegou a mostrar retrações maiores.
"Não digo que houve reação do crédito para compra de veículos, mas a retração parece ter encontrado um patamar. Pode ser que à frente haja alguma alteração no segmento de crédito para veículos, que é bastante importante", disse Maciel. O chefe do Departamento Econômico do BC afirmou ainda que a retração no crédito para veículos é consequência de dois fatores: a retração econômica, que diminui a demanda, e as próprias condições de crédito, que eram mais favoráveis no ano passado. "Percentual de financiamento de veículos era maior, o que contribui para a baixa", comentou.