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Consumo

- Publicada em 25 de Agosto de 2016 às 18:38

Recessão força população a novos hábitos

Turbulência afetou escolhas dos consumidores na hora das compras

Turbulência afetou escolhas dos consumidores na hora das compras


GILMAR LUÍS/JC
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o aprofundamento da crise econômica levou os brasileiros a usarem mais os serviços públicos. Quase metade dos entrevistados (48%) passou a usar mais transporte público, 34% deixaram de ter plano de saúde e 14% mudaram seus filhos da escola privada para a pública. A entidade ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios entre 24 e 27 de junho.
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o aprofundamento da crise econômica levou os brasileiros a usarem mais os serviços públicos. Quase metade dos entrevistados (48%) passou a usar mais transporte público, 34% deixaram de ter plano de saúde e 14% mudaram seus filhos da escola privada para a pública. A entidade ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios entre 24 e 27 de junho.
"O aprofundamento da crise econômica levou a mudanças nos hábitos de consumo e a perda do padrão de vida de parte significativa da população brasileira", diz uma nota da CNI. Pelo levantamento, 24% das pessoas tiveram que vender bens para pagar dívidas e 19% mudaram de casa para reduzir o custo com habitação. A turbulência econômica também afetou as escolhas dos consumidores, que passaram a trocar produtos por similares mais baratos (78%), a esperar as liquidações para comprar bens de maior valor (80%), e a poupar mais para o caso de necessidade (78%). Foi, ainda, verificado maior sacrifício para quitar débitos - 67% disseram que estão com dificuldades de pagar as contas ou as compras a crédito.
"A crise está afetando toda a população brasileira. As medidas mais simples, relacionadas ao consumo, ocorrem em todas as faixas de renda, mas as medidas mais extremas, como mudar de casa, são tomadas principalmente pelas famílias de menor renda. O Brasil precisa de reformas estruturais para conseguir recuperar a confiança, animar os empresários a investir e gerar mais empregos, o que movimenta a economia em um círculo virtuoso", disse o presidente da CNI, Robson Andrade.
De cada 100 entrevistados, 57 disseram que alguém da família ficou sem emprego. O volume é maior que o verificado na pesquisa anterior, de 44%. Com isso, o medo do desemprego é cada vez maior. Um total de 80% dos entrevistados disseram que se preocupam, muito ou pouco, em perder o emprego, ficar sem trabalho ou ter que fechar o negócio nos próximos 12 meses, e 84% se preocupam em perder o atual padrão de vida. Mais da metade dos brasileiros (56%) buscam trabalho extra para complementar a renda.
Ainda de acordo com a pesquisa, os brasileiros percebem piora na situação econômica do País. Para 71% das pessoas, o cenário do Brasil está ruim ou péssimo. Em junho de 2015, o percentual era menor, de 66%, e em 2013, de 21%. Mas, para 73% das pessoas, a crise chegou ao fundo do poço, e 43% acreditam que a economia estará melhor em 12 meses.

Indicador mostra que confiança dos empresários do comércio gaúcho cresceu 11,4% em agosto

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) do mês de agosto apresentou alta de 11,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado e fechou com crescimento de 2,6% sobre o mês de julho. Com isso, o índice divulgado pela Fecomércio-RS nesta quinta-feira alcançou 89,9 pontos, apontando que, apesar da melhora, o empresário do comércio no Rio Grande do Sul permanece pessimista.
O Icec-RS apresentou uma nova melhora na confiança dos empresários do comércio. Na comparação com agosto de 2015, tanto a percepção sobre o momento atual quanto as expectativas contribuíram de modo semelhante para a expansão do indicador. A percepção sobre as condições atuais reforça os sinais recentes que mostram interrupção na queda e estabilização da atividade econômica. "O empresariado do comércio revelou na pesquisa que tanto sua percepção quanto a situação atual e as suas expectativas melhoraram. Isso é uma notícia muito boa, principalmente no contexto em que vivemos", destacou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. O dirigente considerou ainda que, no campo relativo às expectativas, a maior estabilidade no âmbito político vem aumentando a confiança dos empresários no processo de retomada do crescimento da economia em um futuro próximo.
O Icaec, que mede as condições atuais, registrou elevação de 15,9% na comparação com agosto de 2015 e de 10,2% sobre julho passado, ficando em 50,5 pontos. O movimento de alta foi disseminado em todos os pontos analisados (economia brasileira, comércio e a própria empresa). "O resultado de agosto foi o primeiro aumento interanual do indicador desde agosto de 2014", salientou Bohn. As expectativas dos empresários do comércio (Ieec) seguiram a tendência de alta observada há alguns meses, puxada, mais uma vez, pela estabilização no campo político. Aos 133,6 pontos, o indicador cresceu 16,3% sobre agosto do ano passado e 1,4% na comparação com julho de 2016.
O índice que mede os investimentos (Iiec) apresentou variação positiva de 2,5% na comparação com agosto de 2015 e de 0,4% sobre julho passado, alcançando 85,8 pontos. "A melhora das expectativas expressada, porém, ainda não são suficientes para afetar os planos de investimento das empresas do comércio de forma a trazer o indicador para o campo otimista", afirmou o presidente da Fecomércio-RS. Apesar da melhora sinalizada em agosto, o indicador que mede a intenção de contratação de pessoal continua apontando para uma redução da força de trabalho no futuro próximo.

Para a FGV, maior otimismo consolida trajetória de recuperação, mas pode haver correção

O salto de 7,2 pontos na confiança do empresário do comércio na passagem de julho para agosto consolida a trajetória de recuperação do indicador, mas pode ser que ainda haja alguma correção pela frente após elevação tão significativa, avaliou Aloisio Campelo, superintendente de Produção de Bens Públicos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). O Índice de Confiança do Comércio (Icom) passou de 74,9 pontos em julho para 82,1 pontos em agosto, informou a FGV. "O indicador é volátil, então eu não me espantaria se houvesse uma pequena correção no mês que vem. Mas as médias móveis trimestrais, que identificam a tendência, mostram que o índice já saiu do fundo do poço e que começa a trajetória de alta", ressaltou Campelo.
A média móvel trimestral do Icom teve um avanço de 3,7 pontos em agosto ante julho, a maior elevação registrada pela série histórica da pesquisa, iniciada em março de 2010.
Neste mês, a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro ajudou a melhorar o humor dos comerciantes em relação à situação presente dos negócios, porque mexeu também com as férias escolares, transferidas de julho para agosto. No entanto, a demanda atual ainda é motivo de insatisfação para o empresário.
"A demanda atual ainda está devagar. A avaliação sobre a situação talvez tenha melhorado porque as vendas continuem caindo, mas em ritmo menor. E mesmo com a demanda menor, fazendo seu dever de casa, um ajuste forte nos custos, talvez o empresário tenha conseguido recuperar margem e lucro", justificou Campelo.