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Conjuntura

- Publicada em 23 de Agosto de 2016 às 18:33

Contas externas têm menor déficit desde 2009

Média diária de embarques em dezembro alcançou US$ 732,1 milhões

Média diária de embarques em dezembro alcançou US$ 732,1 milhões


ARQUIVO/JC
O aumento das exportações e a redução das importações e dos gastos de brasileiros no exterior fizeram o déficit nas contas externas fechar julho no menor nível para o mês desde 2009. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), a conta de transações correntes fechou o mês passado com resultado negativo de US$ 4,05 bilhões. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou que a estimativa da instituição para agosto é de déficit em conta de US$ 800 milhões.
O aumento das exportações e a redução das importações e dos gastos de brasileiros no exterior fizeram o déficit nas contas externas fechar julho no menor nível para o mês desde 2009. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC), a conta de transações correntes fechou o mês passado com resultado negativo de US$ 4,05 bilhões. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, afirmou que a estimativa da instituição para agosto é de déficit em conta de US$ 800 milhões.
A última vez que o déficit tinha ficado em nível inferior para meses de julho tinha sido em 2009, quando o indicador tinha registrado resultado negativo de US$ 2,555 bilhões. No acumulado de 12 meses, as contas externas têm déficit de US$ 27,9 bilhões, o equivalente a 1,57% do Produto Interno Bruto (PIB). O percentual é o menor registrado desde novembro de 2009.
As transações correntes ou contas externas englobam o saldo da balança comercial (exportações menos importações), a conta de serviços (entrada e saída de serviços entre o Brasil e o exterior), a conta de rendas (que inclui remessas de lucros e pagamento de juros e dividendos) e as transferências unilaterais (que englobam doações de emigrantes e de organizações não governamentais).
O indicador mede a vulnerabilidade do País a crises internacionais. Quanto menor o déficit, menos o País é afetado por uma eventual fuga de capitais. Para este ano, o Banco Central projeta déficit de US$ 16 bilhões nas contas externas. A estimativa só será revisada em setembro.
Os déficits nas contas externas são cobertos por meio dos investimentos estrangeiros diretos, quando empresas estrangeiras abrem negócios e criam empregos no País; e pelos investimentos em carteira, que abrangem o mercado financeiro e são a conta que registram maior volume de fuga em meio a crises internacionais.
Maciel salientou que o volume de entradas de US$ 78 milhões em julho de Investimento Direto no País (IDP) foi o menor desde março de 1995, quando houve saída líquida de US$ 24 milhões. No ano até julho, o saldo está em US$ 34 bilhões ante US$ 36,9 bilhões de igual período do ano passado.
Mais uma vez, sem citar a operação em si, o técnico do BC disse que se trata de um resultado proveniente de uma operação financeira. No final de junho, a compra do HSBC pelo Bradesco foi oficialmente finalizada, o que pressupõe pagamentos ao exterior.
Para agosto, Maciel projeta entradas de IDP no valor de US$ 7 bilhões. "Isso reforça a ideia de que o resultado de julho foi pontual", considerou. Até o dia 19 deste mês, o IDP está em US$ 5,2 bilhões.
 

Dívida externa estimada para o País é de US$ 338,056 bilhões até o mês passado

A estimativa do Banco Central (BC) para a dívida externa brasileira em julho é de US$ 338,056 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2015 terminou com uma dívida de US$ 334,745 bilhões, e o último dado verificado (do mês de março) somava US$ 334,608 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 274,081 bilhões em julho, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 63,976 bilhões no final do mês passado.
De acordo com o BC, merecem destaques na dívida externa as amortizações de empréstimos e de títulos de dívida do setor financeiro (US$ 3,6 bilhões), o aumento de preço dos títulos da República
(US$ 2,9 bilhões) e variações por paridade, que aumentaram o estoque em US$ 885 milhões.
 

Gasto de brasileiros no exterior segue em queda

Os brasileiros continuaram a reduzir os gastos em viagens ao exterior em julho, segundo o Banco Central (BC). As despesas dos turistas do Brasil fora do País somaram US$ 1,362 bilhão no mês passado, o que representa uma queda de mais de 18% em comparação com os US$ 1,677 bilhão gastos em julho de 2015.
No acumulado de janeiro a julho, esses gastos somam US$ 7,894 bilhões. O valor é 32% inferior aos US$ 11,617 bilhões gastos pelos brasileiros em viagens internacionais nos sete primeiros meses do ano passado.
A redução dos gastos no exterior acontece em um cenário de fraco desempenho da economia brasileira, o que piora o mercado de trabalho e diminui a renda das famílias. Somado a isso, o patamar mais alto do dólar ante o real, quando comparado a anos anteriores, aumenta o custo das viagens internacionais para o brasileiro. A queda nas despesas com viagens é um dos fatores que contribuem para reduzir o déficit do Brasil nas suas transações de bens, serviços e rendas com outros países.