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Previdência

- Publicada em 23 de Agosto de 2016 às 18:19

Maioria dos brasileiros não entende a aposentadoria

A maioria dos brasileiros tem pouca ou nenhuma informação a respeito do funcionamento do sistema público de aposentadoria. Apenas 11% declararam que sabem muito ou o suficiente sobre o tema, enquanto 86% disseram saber pouco, nada ou desconhecem totalmente o assunto.
A maioria dos brasileiros tem pouca ou nenhuma informação a respeito do funcionamento do sistema público de aposentadoria. Apenas 11% declararam que sabem muito ou o suficiente sobre o tema, enquanto 86% disseram saber pouco, nada ou desconhecem totalmente o assunto.
A conclusão é de uma pesquisa feita pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), entidade que representa 70 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar do País, em parceria com a Ipsos. Foram ouvidas 1.500 pessoas com mais de 23 anos de todas as classes sociais. Houve entrevistas em todas as regiões do País entre os dias 21 de julho e 4 de agosto. A margem de erro do levantamento é de 2,5 pontos percentuais.
A pesquisa mostrou que 54% já ouviram falar sobre as propostas de mudança na aposentadoria, enquanto 44% declararam não ter conhecimento das discussões de reforma da previdência. Enquanto 62% avaliaram que as mudanças vão dificultar o pedido de aposentadoria, outros 57% acreditam que as mudanças vão reduzir o direito dos trabalhadores.
"Os dados mostram que é grande o desconhecimento sobre o funcionamento da Previdência Social. Me surpreendeu o fato de que 44% dos entrevistados afirmem não ter ouvido falar sobre as propostas de mudança na Previdência pública. É um nível muito elevado de desinformação num momento em que houve muita exposição do assunto", disse Edson Franco, presidente da FenaPrevi.
Dos 54% que dizem estar cientes das discussões de reformas, 45% ouviram falar sobre aumento da idade mínima de aposentadoria, enquanto 17% citaram a elevação do tempo de contribuição. Entre os que ouviram falar das mudanças, a maior parte (58%) acha que as regras vão dificultar os pedidos de aposentadoria. O percentual sobe para 69% entre os que não conhecem a discussão.
"Quanto mais informação as pessoas têm, menos pessimistas elas tendem a ficar. O pessimismo é maior entre aqueles que não ouviram falar e não têm ideia do que está sendo discutido", afirma Franco. Ele aponta ainda um contraste entre o que os brasileiros desejam e o que pensam sobre o que efetivamente ocorre no sistema previdenciário.
Para os consultados, os homens deveriam, em média, se aposentar aos 58 anos e após contribuírem por 31 anos. Questionados sobre como funciona o sistema atualmente, a resposta é que os homens têm direito a se aposentar com 64 anos e após 36 anos de contribuição.
No caso das mulheres, a idade em que elas gostariam de se aposentar é de 53 anos e depois de 28 de contribuição. Elas acham que têm direito de requisitar aposentadoria aos 58 e após contribuírem por 32. "Quando os entrevistados verbalizam que a idade que deveriam se aposentar é de 58 anos, mas sabem que vão se aposentar aos 64, isso mostra que têm consciência de que isso não será possível. Há uma contradição entre desejo e realidade", afirma Franco.
A pesquisa mostra ainda que muitos desconhecem como funciona o INSS. Enquanto 53% sabem que o piso pago pela Seguridade Social é o salário-mínimo, 59% desconhecem o valor máximo. "Se a gente não tem um nível de informação adequada, fica difícil estabelecer um debate intelectualmente honesto", avalia o presidente da FenaPrevi. A maioria dos consultados (66%) defende também que homens e mulheres tenham a mesma idade mínima de aposentadoria e que a Previdência de servidores públicos tenha as mesmas regras dos demais trabalhadores (83%).
O levantamento foi apresentado no VIII Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada, que tem como tema central o Desafio da Previdência Social no Brasil e é organizado pela FenaPrevi. No evento, a secretária adjunta de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Priscila Grevoc, afirmou que há uma necessidade urgente de reformular o sistema previdenciário brasileiro. Segundo ela, isso decorre de questões socioeconômicas e demográficas, como o envelhecimento da população, aumento da longevidade e queda da natalidade.

Fazenda diz ver necessidade urgente de reformular sistema

A secretária-adjunta de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Priscila Grevoc, afirmou que há uma necessidade urgente de reformular o sistema previdenciário brasileiro. Segundo ela, isso decorre de questões socioeconômicas e demográficas, como o envelhecimento da população, aumento da longevidade e queda da natalidade. A declaração foi dada durante o VIII Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada.
"Precisamos ouvir o mercado de previdência e seguros para discutirmos o que é possível ser feito. Temos reformas mais urgentes, de curto prazo, mas também são necessárias mudanças de médio prazo, já que estamos buscando a sustentabilidade do sistema", comentou.
Já a diretora de Supervisão de Conduta da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Helena Venceslau, afirmou que a entidade passa por um processo de transformação, especialmente na parte de fiscalização e aprovação de produtos, onde procura ter uma postura mais ativa, em maior parceria com o mercado. "Não resta dúvida que a Previdência é uma das maiores preocupações da sociedade brasileira".
Segundo ela, a Susep deve aprovar muito em breve o lançamento de um novo modelo de seguro de vida, chamado de "universal life", e também mudanças no seguro auto popular. "Só estamos esperando o agendamento da próxima reunião do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). A expectativa com o 'universal life' é muito grande, vai ser uma revolução no mercado", comentou.
Helena também disse que a Susep está discutindo a formulação de um novo produto de longevidade e mudanças no VGBL e PGBL. "Esses produtos precisam ser modernizados. Não necessariamente vamos acabar com eles, porque é algo que está dando certo no mercado, mas eles precisam ter características mais de previdência e menos de instrumento financeiro, como é agora", apontou.