O dólar subiu nesta sexta-feira (19), ante o iene e o euro, com os investidores repercutindo declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) que soaram divergentes da ata da última reunião da autoridade monetária, divulgada na quarta-feira (17).
A leitura mais "hawkish" das falas de John Williams, presidente do Fed de São Francisco, e de William Dudley, presidente do Fed de Nova Iorque, acabou impulsionando a moeda.
Ao final da tarde em Nova Iorque, perto do fechamento das bolsas, o dólar subia a 100,15 ienes, de 99,98 ienes na marca de quinta-feira, 18. Já o euro recuava a US$ 1,1328, de US$ 1,1362. O dólar também subia em relação à maior parte das emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.
A recuperação do dólar veio após dados fracos sobre o crescimento da economia e da produtividade norte-americanas, que levantaram dúvidas sobre a possibilidade do Fed elevar os juros neste ano. A ata do Fed reforçou as inseguranças ao adotar um tom "dovish", mas o discurso de Williams e Dudley ontem vieram na contramão.
Williams disse que o BC dos EUA deveria elevar os juros de curto prazo "antes cedo do que tarde", enquanto Dudley expressou otimismo em relação às perspectivas da economia norte-americana. Ambas as falas foram interpretadas como "hawkish" e deram o tom dos negócios nesta sexta.
Expectativas por juros mais altos tendem a impulsionar o dólar, já que custos mais altos de empréstimo tornam a moeda mais atrativa para investidores que buscam rendimentos.
Na semana que vem, os investidores ficam atentos ao discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, na conferência anual do Fed de Kansas City em Jackson Hole, que pode dar mais pistas sobre o rumo da política monetária dos Estados Unidos.