Para "arrumar a casa" e se adequar à menor demanda por viagens aéreas, a Gol continuou a cortar oferta e reduziu sua frota, alcançando seu segundo trimestre de lucro após quatro anos seguidos de prejuízo. A companhia teve ganho de R$ 309,5 milhões entre abril e junho. No segundo trimestre de 2015, a empresa registrou perda de R$ 355 milhões.
O lucro também foi impulsionado pela queda no preço do combustível e a desvalorização do real frente ao dólar. Como boa parte da dívida é em moeda norte-americana, sempre que o dólar cai, a aérea se beneficia.
Ainda assim, o nível de endividamento preocupa a empresa. O diretor financeiro da Gol, Richard Lark, disse, em teleconferência ontem, que a empresa estima reduzir a dívida em R$ 3,8 bilhões no fim do ano. Caso isso aconteça, a Gol vai encerrar 2016 com dívida de R$ 13,2 bilhões, uma redução de 22% ante 2015. No fim do segundo trimestre, ela estava em R$ 15,7 bilhões, patamar bem superior aos recursos que a aérea tinha em caixa
(R$ 1,4 bilhão). "Mais 15 aviões sairão da frota. O efeito dessa redução só será sentido ao fim do ano", destaca.
Dos quase R$ 4 bilhões de redução da dívida esperados para este ano, R$ 1,2 bilhão será devido à devolução de aviões. A empresa terá 122 aeronaves no fim do ano. Em 2015, eram 144 e, hoje, são 137. A partir de 2017, a frota volta a crescer, chegando a 128 aviões em 2018. "A Gol reduziu de tamanho, porque está arrumando a casa. Mas tem que estar preparada para quando o mercado aéreo voltar a crescer", diz o professor de Economia do Transporte Aéreo da Anhembi Morumbi, Adalberto Febeliano.