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Consumo

- Publicada em 15 de Agosto de 2016 às 23:49

Varejo confirma vendas fracas no Dia dos Pais

Em Porto Alegre, a data repetiu o resultado de 2015 ao negociar R$ 56 milhões

Em Porto Alegre, a data repetiu o resultado de 2015 ao negociar R$ 56 milhões


FREDY VIEIRA/JC
As entidades que representam o varejo nacional confirmaram ontem que as vendas do comércio no Dia dos Pais ficaram no vermelho. No balanço da Serasa Experian, foi o pior desempenho para a data desde 2005, com queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
As entidades que representam o varejo nacional confirmaram ontem que as vendas do comércio no Dia dos Pais ficaram no vermelho. No balanço da Serasa Experian, foi o pior desempenho para a data desde 2005, com queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com os economistas da Serasa, a queda do poder de compra dos brasileiros, tendo em vista o aumento do desemprego e a inflação ainda em patamar elevado, afetaram negativamente o comércio. "O crédito mais caro e escasso contribuiu para o desempenho negativo desta que é a primeira data comemorativa do varejo nacional do segundo semestre", diz a nota da instituição.
Para a Boa Vista SCPC, o desempenho do setor ficou negativo em 5,2% em igual base de comparação. Segundo a instituição, os resultados mostram que o Dia dos Pais teve um desempenho em linha com as outras datas comemorativas e não trazem boas notícias ao varejo. "As esperanças de que a data fosse indicar algum grau de recuperação (ou de resultados menos ruins) não se confirmaram, apesar da melhoria da confiança do consumidor e do empresário", diz nota da Boa Vista SCPC.
As dificuldades que ainda estão no cenário, como juros elevados, mercado de trabalho deteriorado e inflação alta, continuam impactando negativamente o setor, segundo a nota. "Caso o cenário mais benigno apontado pelas projeções de mercado se consolidem, possivelmente poderemos visualizar, nas próximas datas comemorativas, uma inflexão de tendência", diz o texto.
Pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que as vendas a prazo na semana que antecedeu o Dia dos Pais caíram 7,15% este ano na comparação com 2015. No ano passado, o recuo, na mesma base de comparação, havia sido ainda maior, de 11,21%.
O Dia dos Pais é a primeira data comemorativa do segundo semestre e, por mais que fique atrás do Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados no volume de vendas, funciona como um termômetro para as próximas datas, como Dias das Crianças e Natal. Segundo uma pesquisa de intenção de compras feita pelo SPC Brasil, os produtos mais procurados neste período são os itens de vestuário, perfumes e cosméticos, calçados e acessórios.
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, as incertezas com relação ao emprego e os rumos da inflação têm impactado nos compromissos financeiros, como o parcelamento de compras. "Considerando o fraco desempenho das outras datas comemorativas ao longo de 2016, a expectativa dos lojistas já era baixa. A piora das condições econômicas, como o aumento do desemprego, da inadimplência e o crédito mais restrito, exerce forte impacto sobre o consumidor, que acaba sendo obrigado a limitar e rever seus gastos para salvar as finanças", avalia.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a intenção de presentear ainda é alta, mas, neste ano, houve um redirecionamento para os presentes mais baratos e geralmente pagos à vista, tendo em vista que os consumidores estão mais preocupados em não comprometer o próprio orçamento com compras parceladas.
Na Capital gaúcha, levantamento da CDL POA e Sindilojas Porto Alegre indica que a média de vendas foi mantida no nível de 2015, com a movimentação de R$ 56 milhões. Segundo as entidades, o resultado foi impulsionado pelas temperaturas mais baixas, e os artigos mais comprados foram roupas e calçados, seguidos por perfumaria e eletrônicos.
Segundo o presidente do Sindilojas Porto Alegre, o resultado mostra como está o comportamento do consumidor: cauteloso para gastar. "Não tivemos nem aumento nem queda na movimentação financeira, e isso mostra que a instabilidade econômica que o País enfrenta e o aumento do desemprego está deixando, cada vez mais, a população receosa na hora de comprar", apontou.
De acordo com Alcides Debus, presidente da CDL Porto Alegre, a expectativa de vendas era mais favorável, levando-se em conta o aumento da confiança do consumidor. "Porém, o último parcelamento dos salários dos servidores públicos estaduais contribuiu para que o consumidor não tivesse dinheiro para comprar à vista nem se sentisse encorajado a comprar a prazo", avaliou Debus.

Desempenho do comércio cai 3,8% em julho na comparação anual

Em Porto Alegre, a data repetiu o resultado de 2015 ao negociar R$ 56 milhões

Em Porto Alegre, a data repetiu o resultado de 2015 ao negociar R$ 56 milhões


FREDY VIEIRA/JC
A receita do varejo brasileiro registrou redução de 3,8% no mês de julho, na comparação com igual período do ano passado, segundo índice apurado pela Cielo - o ICVA - junto a mais de 1,8 milhão de pontos de venda credenciados à operadora de cartões de pagamento.
O resultado, ainda na comparação anual, foi pior do que a queda de 3,1% do faturamento de junho, conforme índice que desconta a inflação do setor. Se eliminado o efeito do calendário, a variação negativa foi de 3,9% no mês passado, mostrando também uma desaceleração da atividade no comércio, já que, em junho, a queda, descontada a inflação, foi menor, de 3,3%.
O índice desenvolvido pela área de inteligência da Cielo apurou retração nos três grandes blocos de setores monitorados, com desempenho pior nos segmentos de bens duráveis e semiduráveis. As vendas de vestuário, ao contrário do que aconteceu nos dois meses anteriores, voltaram a perder ritmo em julho. Nos supermercados e hipermercados, também houve desaceleração. O desempenho foi parcialmente compensado pelo resultado melhor das drogarias.
Segundo o indicador, os resultados no setor de serviços continuam apresentando queda menos intensa. As agências de turismo ajudaram a minimizar a redução do índice, enquanto o setor de recreação e lazer, embora em baixa, observou moderação de recuo no mês passado.
Na análise por regiões, a maior queda aconteceu no Norte, onde as vendas do varejo cederam 7,2% ante julho de 2015, em valor deflacionado. Na sequência, houve recuo de 3,9% na região Sudeste e de 3,6% no Nordeste. Quedas menores, segundo o indicador Cielo, foram apuradas no Centro-Oeste e no Sul: 2,9% e 2,1%, respectivamente.
 

Fadergs receberá Balcão do Consumidor

A Secretária da Justiça e dos Direitos Humanos, Maria Helena Sartori, e a diretora executiva do Procon-RS, Flávia do Canto Pereira, assinam hoje um termo de cooperação com a Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs) para a criação de um Balcão do Consumidor na faculdade.
O Balcão do consumidor é um projeto similar à um Procon dentro das universidades visando promover a mediação entre consumidores e empresários. Também serve para os estudantes de direito praticarem seus conhecimentos no que se refere ao direito do consumidor. A meta do governo do Estado é criar balcão do consumidor em outras universidades. Em breve, o mesmo termo será assinado com a Ulbra e a Pucrs.