Petróleo sobe em meio a expectativas de que Opep se mova para limitar produção

Os preços do petróleo operam em alta nesta segunda-feira (15) em meio a expectativa de que um acordo sobre um possível congelamento da produção nos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) possa ser fechado durante uma reunião que acontecerá em setembro. No entanto, a alta segue limitada após a commodity ter obtido fortes ganhos na semana passada, podendo passar por uma realização de lucros ao longo do dia.

Às 7h40min (de Brasília), o Brent para outubro subia 0,45% na ICE, a US$ 47,18 por barril, enquanto o WTI para setembro avançava 0,54% na Nymex, a US$ 44,73 por barril.

Os preços têm sido impulsionados desde a semana passada depois que o ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, sugeriu que seu país está aberto a adoção de medidas para estabilizar os mercados. A Arábia Saudita, o maior produtor entre os membros da Opep e que tem enfrentado um excesso de oferta desde 2014, é historicamente visto como o líder do cartel de petróleo. Os produtores de petróleo planejam uma reunião informal para discutir o assunto no final de setembro.

A ideia de limitar a produção foi lançada em abril, mas nenhum acordo foi alcançado, levando alguns analistas a duvidar de que a reunião de setembro vai dar frutos.

"Sem dúvida as chances de obter um congelamento da produção agora é menor porque os fundamentos do mercado de petróleo têm melhorado por vontade própria", disse Julian Jessop, diretor de pesquisa em commodities da Capital Economics.

"O mercado já está mostrando sinais de reequilíbrio com a oferta em países fora da Opep, crescendo mais lentamente, enquanto a demanda tem aumentado", acrescentou.

Hoje, o jornal árabe Asharq al-Awsat disse que a Rússia retomou conversas com a Arábia Saudita e outros grandes produtores de petróleo para eventualmente congelar a produção da commodity, "se necessário", segundo o ministro de Energia russo, Alexander Novak.

Outro fator tem ajudado o desempenho dos preços hoje. Na quinta-feira, a Agência Internacional de Energia (AIE) estimou queda nos estoques globais de petróleo graças à forte demanda.

No entanto, com o aumento constante do número de poços e plataformas ativos nos EUA - alta de 15 na semana passada, para 396 - ventos contrários contra o aumento dos preços continuam fortes.