Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 07 de Agosto de 2016 às 18:17

Transporte é o maior entrave à exportação

Universal Leaf calcula custo extra de R$ 76 mil por mês com inspeção

Universal Leaf calcula custo extra de R$ 76 mil por mês com inspeção


UNIVERSAL LEAF TABACOS/DIVULGAÇÃO/JC
Os custos com transporte são o principal entrave apontado por exportadores brasileiros, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 847 empresários de todo o País. Além dos já conhecidos problemas, como condições das estradas, preços de pedágios, filas nos portos e ausência de ferrovias e hidrovias, o empresariado apresentou, como segundo principal entrave, as tarifas cobradas por portos e aeroportos.
Os custos com transporte são o principal entrave apontado por exportadores brasileiros, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 847 empresários de todo o País. Além dos já conhecidos problemas, como condições das estradas, preços de pedágios, filas nos portos e ausência de ferrovias e hidrovias, o empresariado apresentou, como segundo principal entrave, as tarifas cobradas por portos e aeroportos.
A Universal Leaf, com sede em Santa Cruz do Sul, a 153 quilômetros de Porto Alegre, exporta cerca de 90% da sua produção de tabaco beneficiado. Os principais destinos são Europa (43%) e Extremo Oriente (25%), segundo Valmor Thesing, diretor administrativo da empresa. Aproximadamente R$ 800 mil são gastos por mês para transportar 8 mil toneladas de tabaco em 400 contêineres até o porto do Rio Grande, no Sul do Litoral gaúcho, em uma viagem de 350 quilômetros, que leva sete horas.
No porto - o único de grande porte do Estado -, o exportador paga taxas para inspeção e embarque da carga. A logística ficou mais cara em 2014, quando uma portaria da Receita Federal determinou que todos os contêineres do porto do Rio Grande fossem escaneados para inspeção. Até então, o processo era feito de modo aleatório, e só uma parte - que variava de acordo com o produto - desses carregamentos era aberta pela alfândega.
"No sistema anterior, nós nem contabilizávamos o custo com a inspeção, porque acontecia pouquíssimas vezes", afirma Thesing. Com a mudança, os exportadores passaram a pagar em média R$ 200,00 por contêiner escaneado. No caso da Universal Leaf, isso representa custo extra de R$ 76 mil por mês, quase R$ 1 milhão por ano.
"Para um segmento que tinha um custo de R$ 500 mil para exportar por ano, isso passou para R$ 4 milhões. E, nos estados vizinhos, como Santa Catarina, não existe essa exigência", diz Carlos Sehn, assessor do Sinditabaco, que reúne indústrias do setor. Paulo Bertinetti, presidente do Tecon - empresa que administra o terminal de cargas do porto do Rio Grande -, afirma que a mudança é uma modernização que acelera o processo de inspeção, aumenta a segurança e a transparência com os custos. Ele não revela a receita obtida com as taxas, que fica com o Tecon, e diz que o fato de ser o único terminal é uma "solidão por competência".
Segundo o diretor da CNI José Abijaodi, a entidade passou a receber queixas constantes de industriais em razão do custo do novo procedimento de inspeção. "Se houvesse maior concorrência no setor, o custo baixaria", diz.
Dos 10 principais entraves citados pelos exportadores na pesquisa, seis têm origem na burocracia estatal para liberar as operações no exterior, como o excesso de leis, alterações frequentes de regras e o tempo para autorizar o despacho do produto. A pesquisa mostra ainda que a maioria (66,8%) dos empresários utiliza pouco ou não usa linhas de financiamento para exportação. E nove em cada 10 entrevistados informaram que não usam qualquer instrumento de garantia, como seguro ou pagamento antecipado, para se certificar de que receberá pela venda.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO