Rodadas fomentam os negócios na Construsul

Em sua 19ª edição, a Feira Internacional da Construção (Construsul) realizará mais de uma centena de rodadas de negócios, aproximando fornecedores e compradores. A iniciativa que começou há três anos fomentada pelo Sebrae, e que estava restrita às micro e pequenas empresas, foi ampliada nesta edição da feira com a Central de Negócios da Construção, atendendo a demanda das organizações maiores. A Construsul acontece até sábado na Fenac, em Novo Hamburgo.

No total, serão 102 negociações: 56 promovidas pela Central de Negócios da Construção e 46 pelo Sebrae. Para os participantes, os breves, mas constantes, encontros ampliam as perspectivas de acordos, que podem ser fechados ali mesmo ou futuramente. "Acabei de ter uma reunião muito boa com um empresário e já estou indo para a terceira", comentou José Corsetti, representante da consultoria de mercado Cortex, pouco antes de iniciar a terceira negociação do dia, na Central de Negócios da Construção.

A Sul Eventos, organizadora da feira, divulgou a oportunidade a todos os expositores, e os interessados se colocaram à disposição dos compradores. Estes, por sua vez, só precisam indicar com quais fornecedores querem negociar e agendar um horário. Dessa forma, os visitantes da feira têm um novo caminho para conhecer produtos e serviços que estão em destaque na Construsul.

"Isso encurta o caminho para o canal de venda", avalia Corsetti. Nas suas primeiras negociações, ele anuncia a empresa Cortex, que representa cinco fabricantes do setor da Construção Civil. "São cinco ofertas em uma única negociação", destaca, otimista, enquanto mais um negociador aguarda a sua vez de conferir as propostas.

A perspectiva é de que as rodadas de negócios ganhem cada vez mais expressividade na Construsul, detalha Fábio Richter, diretor da Sul Eventos. "No ano que vem, queremos abrir a Central de Negócios para o público externo (não participantes da feira)", sinaliza. A feira, que nesta edição espera atrair 65 mil pessoas, deve movimentar cerca de R$ 450 milhões, volume um pouco abaixo do que o alcançando em 2015, quando a movimentação foi de aproximadamente R$ 500 milhões.

Boa parte desse giro se concretiza ao longo do ano, por isso os valores são estimados, e não refletem, necessariamente, que o mercado está se retraindo. Pelo contrário: Richter avalia que o reaquecimento da Construção Civil já começou, mesmo que de forma modesta ainda. "Mas é um movimento que vem com força e que não vai voltar atrás", defende.

Diferentemente de outros segmentos, a construção é um mercado com características temporais próprias. Um empreendimento, do início do projeto até a conclusão, se reflete em obras que duram anos. "O empresário da construção civil não olha para o hoje, e sim para o futuro", cita o diretor da feira. O ciclo do mercado está revertendo, e as oportunidades logo devem se sobressair.

"Há um País inteiro para construir", ressalta, otimista. Seja na infraestrutura das cidades e no mercado imobiliário, as perspectivas tendem a se abrir, avalia Richter. O cenário econômico melhorando pode contribuir com esse movimento. "O que gera demanda é financiamentos e juros", detalha. A redução da taxa de juros reflete no direcionamento dos investimentos, que podem sair do mercado financeiro para o imobiliário, justifica. Estimulando o setor, o mercado de trabalho responde logo, já que as contratações do segmento abrangem mão de obra de todas as qualificações.