Estácio pode ter vencimento antecipado de debêntures

As debêntures da Estácio podem ter vencimento antecipado caso a fusão com a Kroton não seja autorizada por três quartos dos debenturistas. Conforme a escritura das debêntures da Estácio, a companhia precisa da aprovação de pelo menos 75% dos debenturistas no caso de transações de incorporação de ações que alterem o controle da empresa.

As escrituras das debêntures preveem que, no caso de não haver quórum ou autorização dos debenturistas, o vencimento antecipado pode ser declarado. Isso só ocorreria, porém, no evento da incorporação de ações, o que ainda depende de aprovação de acionistas e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Estácio possuía ao final de março deste ano um total de R$ 717,8 milhões em passivos referentes a três emissões de debêntures.

As ações das companhias de educação Estácio e Kroton chegaram a cair na abertura do pregão desta quarta-feira (3). O mercado especula sobre a fusão diante da aproximação da data de realização das assembleias de acionistas que decidirão o futuro das empresas, ambas marcadas para o dia 15. O efeito do adiamento da assembleia de debenturistas em si no preço dos papéis, porém, foi minimizado por eles.

A Estácio Participações anunciou mais cedo o cancelamento da assembleia geral de debenturistas das primeira, segunda e terceira emissões. A companhia afirmou que convocará, oportunamente, nova assembleia, mas não informou uma nova data. Pessoas do mercado afirmaram que os debenturistas pediram mais tempo para avaliar os temas. A assembleia, que seria realizada amanhã no Rio de Janeiro, na sede da companhia, trataria da combinação de negócios entre a Estácio e a Kroton Educacional e da alteração e aprimoramento de determinadas cláusulas das debêntures.

Conforme reportou o Broadcast, a dificuldade em reunir quórum suficiente nas assembleias de debenturistas tem sido um desafio para companhias que tentam evitar o vencimento antecipado dessas dívidas. Em casos recentes, companhias como a MRS, a Norte Brasil Transmissora de Energia e a Supervias adiaram assembleias gerais de debenturistas para encontrar quórum.