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Atividade Industrial

- Publicada em 02 de Agosto de 2016 às 20:05

Indústria melhora, mas retomada vai demorar

 ENTREVISTA COM CEO DA HIGRA INDUSTRIAL LTDA, FÁBRICA DE SISTEMAS DE BOMBEAMENTOS E BOMBAS ANFÍBIAS    NA FOTO: DEPENDENCIAS DA FÁBRICA

ENTREVISTA COM CEO DA HIGRA INDUSTRIAL LTDA, FÁBRICA DE SISTEMAS DE BOMBEAMENTOS E BOMBAS ANFÍBIAS NA FOTO: DEPENDENCIAS DA FÁBRICA


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A recuperação da produção industrial, que ainda tenta se firmar, ganhou fôlego em junho, com alta de 1,1%, na margem. Com as revisões promovidas pelo IBGE, agora trata-se do quarto ganho mensal consecutivo. Na comparação anual, ainda houve queda de 6%, mas o ritmo foi o menor em 13 meses. Mesmo assim, analistas apontam que a retomada da indústria para os patamares anteriores à crise vai levar tempo e lembram que o setor perdeu muito espaço na economia brasileira nos últimos anos.
A recuperação da produção industrial, que ainda tenta se firmar, ganhou fôlego em junho, com alta de 1,1%, na margem. Com as revisões promovidas pelo IBGE, agora trata-se do quarto ganho mensal consecutivo. Na comparação anual, ainda houve queda de 6%, mas o ritmo foi o menor em 13 meses. Mesmo assim, analistas apontam que a retomada da indústria para os patamares anteriores à crise vai levar tempo e lembram que o setor perdeu muito espaço na economia brasileira nos últimos anos.
"O quadro vem melhorando aos poucos, mas ainda estamos muito longe de recuperar as perdas do passado recente", afirma o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa. Para ele, a produção industrial deve fechar com queda de 6% em 2016, após o tombo de 8,2% no ano passado. O sócio e diretor da MacroSector, Fabio Silveira, vê um ajuste ainda mais forte este ano, com retração de 7,5%. "Continuamos com o ajuste fortíssimo na indústria e não há perspectiva de melhora acentuada, mas de melhora suave e discreta nos próximos meses, porque as condições do mercado de trabalho, do consumo e do crédito estão fragilizadas. As exportações, que poderiam ajudar, também não vão crescer nos próximos meses", aponta.
O Banco Fator afirma que o movimento da indústria nos últimos meses mostra que o fundo do poço já ficou para trás, o que é corroborado pela melhora nos indicadores de confiança das empresas. Mesmo assim, ainda vê queda de 6,2% este ano. "Apesar dos estoques elevados ainda inibirem a produção, a melhor gestão macroeconômica e o avanço de reformas devem continuar impulsionando a retomada da confiança e ajudar a indústria a se recuperar no segundo semestre", diz o Banco Votorantim em relatório enviado a clientes.
O economista da Tendências Consultoria Rafael Bacciotti também tem uma visão mais otimista. Ele aponta que a alta em junho ante maio foi bastante disseminada, com avanço em 18 dos 24 setores. O analista explica que, em bens de capital, o crescimento foi de 2,1% em junho, marcando o sexto ganho consecutivo. "A produção de bens de capital está sendo direcionada para o mercado externo", indica. Mesmo assim, segundo o IBGE, a produção de bens de capital ainda opera 41,3% abaixo do pico histórico alcançado em setembro de 2013. Na indústria em geral, a produção está 18,4% menor do que o pico.
A consultoria britânica Capital Economics lembra que, com alta nos três meses do segundo trimestre, a indústria deve ter contribuído positivamente para o PIB do período, o que não acontecia desde o primeiro trimestre de 2014. Essa contribuição é estimada em 0,2 ponto percentual. "Tudo somado, permanecemos confortáveis com nossa visão de que as condições econômicas no Brasil vão continuar a melhorar gradualmente nos próximos trimestres", afirma o relatório assinado pelo economista para mercados emergentes Edward Glossop.
O Bradesco também aponta para a contribuição positiva da indústria no PIB e diz ainda que a melhora em bens de capital e em insumos típicos da construção civil sugerem variação positiva da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no segundo trimestre. Mesmo assim, o banco estima contração de 0,3% na economia brasileira no período, na margem.
Entre os representantes do setor, o otimismo é cauteloso. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, estima que a produção física deve cair 10% este ano, enquanto o faturamento da indústria deve recuar 8% em termos reais. "Nossa sondagem mostra que o nível de confiança deverá melhorar, mas há ainda algumas surpresas", afirma, apontando que as demissões em junho no seu segmento foram maiores do que o esperado.

Crescimento da produção em junho não repõe a queda no semestre

A produção industrial no Brasil cresceu 1,1% em junho em relação a maio, indicando que o setor pode estar finalmente se recuperando das perdas registradas em meses anteriores, de acordo com dados do IBGE divulgados nesta terça-feira.
O dado, porém, não foi suficiente para eliminar as perdas registradas até agora. No semestre, a queda acumulada foi de 9,1%. Em relação a junho de 2015, o recuo é de 6%. Nesta base de comparação, foi a 28ª taxa negativa consecutiva, renovando o recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2002.
Em maio, a produção industrial ficou estável, após ter crescido em março (1,4%) e abril (0,1%). Dos 24 setores acompanhados pela pesquisa, 18 tiveram aumento de produção em junho na comparação com maio, segundo o IBGE. A principal contribuição positiva veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, com avanço de 8,4%.
O segmento perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene cresceu 4,7%, mesmo percentual de metalurgia. Houve contribuições positivas ainda de confecção de artigos do vestuário e acessórios (9,8%) e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (10,8%).
Na ponta contrária, produtos alimentícios registraram queda de 0,7% na comparação com maio, enquanto o ramo de bebidas recuou 2,6%. O setor de papel e celulose caiu 2%. Na comparação com junho de 2015, 20 dos 26 ramos pesquisados tiveram queda, segundo o IBGE. As maiores retrações foram verificadas pelas indústrias extrativas (-12,5%), pressionadas pelo minério de ferro, e coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (-13,2%).

IDI-RS registra recuo de 6,7% de janeiro a junho de 2016

A indústria do Rio Grande do Sul fechou o semestre com uma queda de 6,7% no Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) na comparação com os seis primeiros meses do ano passado, divulgou a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
Em razão disso, e em uma sequência de dois anos de perdas, o nível de atividade no primeiro semestre de 2016 é o menor para o período em 17 anos. "Com essa queda generalizada e os recordes negativos, a tendência para a atividade industrial gaúcha no restante de 2016 é de estabilidade na margem e de quedas menos acentuadas em termos anuais", prevê o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.
Segundo o industrial, além da baixa base de comparação, a melhora das expectativas dos empresários e o fim do ciclo de ajuste de estoques sustentam a projeção. Mas não representam, de fato, uma recuperação do setor, que depende da reação da demanda interna, ainda em baixa. Esta estabilização da atividade do setor no nível atual até o fim do ano, apontada por Müller, significa uma queda de 4,7% do IDI-RS em 2016, o terceiro e inédito recuo anual seguido. Em 2014 e 2015, as quedas foram de -4,3% e -9,4%, respectivamente.
A redução anual da atividade industrial gaúcha atingiu 15 dos 17 setores pesquisados. As principais influências negativas vieram de máquinas e equipamentos (-15,3%), veículos automotores (­10,9%), produtos de metal (-11,1%), móveis (-15,5%) e alimentos (-4,1%).