Os contratos futuros de petróleo fecharam em nova queda nesta terça-feira, com os investidores reavaliando a demanda pela commodity em meio às recentes perdas dos mercados acionários. Muitos índices dos Estados Unidos estão em queda, com o Dow Jones recuando pela sétima sessão consecutiva e, como os operadores de commodities usam o mercado de ações para medir a demanda por petróleo, um recuo nesse mercado influencia o petróleo.
O WTI para setembro negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) fechou em queda de 1,37% (-US$ 0,55), a US$ 39,51 por barril. O recuo do Brent para outubro, negociado em Londres, foi um pouco menor, de 0,80%, indo a US$ 41,80 por barril.
Durante as negociações desta terça-feira, o WTI ameaçou sair do campo negativo, após investidores à procura de barganhas passarem a comprar a commodity, que ficou abaixo de US$ 40 pela primeira vez em três meses. Esse preço aumenta a probabilidade de que cada vez menos produtores decidam ativar novas plataformas de exploração de petróleo, segundo analistas. Desde que o óleo ultrapassou a barreira dos US$ 50, em junho, a contagem do número de poços em atividade vem aumentando semanalmente.
"O mundo está tão saturado e o ritmo do reequilíbrio está tão devagar que até fatores geopolíticos, como os conflitos civis na Nigéria, não são suficientes para compensar a queda nos preços", afirmou o analista de energia Gao Jian, da SCI International.
Além disso, as refinarias dos EUA e da Ásia estão entrando em períodos sazonais de manutenção, o que provavelmente reduzirá a compra de petróleo cru ainda mais. De acordo com Stuart Ive, da OM Financial, "a taxa reduzida de refinação vai se somar ao acúmulo de oferta, deixando o fluxo de petróleo cru sem ter para onde ir".