Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Repórter Brasília

- Publicada em 01 de Setembro de 2016 às 00:21

Os próximos dois anos

Os seis meses de ansiedade terminaram com um desfecho até esperado: por 61 votos a 20, o Senado decretou o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Desde as 16h de ontem, Michel Temer (PMDB) é presidente do Brasil. Foi um processo feio desde o começo, e a erosão da base em 2015 deixou claro que era uma batalha perdida para a petista. Já Temer conseguiu segurar bem a base herdada de Dilma e remendada por ele, mas as rachaduras começaram a aparecer. O PSDB já ameaçou sair caso Temer não consiga aprovar a proposta de emenda à Constituição que limita os gastos públicos por 20 anos. Esse é um exemplo de ameaça que não tende a se tornar realidade. Mas há um risco imenso que espreita Temer: como Dilma, ele terá que lidar com uma base de 15 partidos. Mas, ao contrário de Dilma, Temer terá que lidar com uma oposição pequena, mas raivosa e que não aceita acordo. A conta de Temer será cara. "Ele vai ter um governo dificílimo. Serão dois anos de um governo sem a respeitabilidade das urnas, com um País dividido e com uma crise econômica internacional. E aqueles que o apoiaram, seja no Parlamento, seja no âmbito dos interesses privados, vão pedir a conta", disse a socióloga política da Universidade de Brasília (UnB) Débora Messenberg.
Os seis meses de ansiedade terminaram com um desfecho até esperado: por 61 votos a 20, o Senado decretou o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Desde as 16h de ontem, Michel Temer (PMDB) é presidente do Brasil. Foi um processo feio desde o começo, e a erosão da base em 2015 deixou claro que era uma batalha perdida para a petista. Já Temer conseguiu segurar bem a base herdada de Dilma e remendada por ele, mas as rachaduras começaram a aparecer. O PSDB já ameaçou sair caso Temer não consiga aprovar a proposta de emenda à Constituição que limita os gastos públicos por 20 anos. Esse é um exemplo de ameaça que não tende a se tornar realidade. Mas há um risco imenso que espreita Temer: como Dilma, ele terá que lidar com uma base de 15 partidos. Mas, ao contrário de Dilma, Temer terá que lidar com uma oposição pequena, mas raivosa e que não aceita acordo. A conta de Temer será cara. "Ele vai ter um governo dificílimo. Serão dois anos de um governo sem a respeitabilidade das urnas, com um País dividido e com uma crise econômica internacional. E aqueles que o apoiaram, seja no Parlamento, seja no âmbito dos interesses privados, vão pedir a conta", disse a socióloga política da Universidade de Brasília (UnB) Débora Messenberg.
Dia histórico
A palavra mais dita no Senado após a votação foi "história". O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que, para o mal ou para o bem, é isso o que foi feito. "Raríssimas vezes na vida, podemos dizer, sem sermos pretensiosos, que estamos fazendo a história. Hoje é uma destas escassas ocasiões." Ana Amélia (PP) foi mais ufanista. "A historia ensinará como nasceu o termo pedalada. Dirá que o processo teve apoio popular e que o verde e o amarelo se sobrepuseram a outras cores que não estão em nossa bandeira." A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) foi no mesmo caminho e disse que o Brasil "vive dia histórico". A frase mais falada pelos petistas era de autoria do ex-presidente de Cuba Fidel Castro: "a história julgará". Talvez, a análise mais equilibrada seja do deputado Pompeo de Mattos (PDT). "Ela não cometeu um crime, mas teve muitos erros até com parceiros. Acabou ficando só."
Direitos políticos
Como que arrependido da decisão, o Senado decidiu que Dilma perde o mandato, mas não os direitos políticos. Em votação separada, os senadores aprovaram, por 42 votos a 36, que Dilma possa ocupar cargo público. "Há mais um acordo entre Dilma e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), porque o resultado dessa cassação terá repercussão na votação de Cunha", disse o quase xará, senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Cunha, por sua vez, afirmou que o desfecho do processo é a prova de sua lisura.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO