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Repórter Brasília

- Publicada em 30 de Agosto de 2016 às 00:01

O discurso de Dilma


GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO/JC
O discurso da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) fez Brasília praticamente parar para ver a petista no Senado defendendo o seu mandato. Não houve sessão na Câmara, e o interino Michel Temer (PMDB) se enfurnou no Palácio do Jaburu. Os únicos que não estavam vidrados nas telas eram os petistas, que disputavam uma foto ou autógrafo de Dilma, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou de Chico Buarque (os dois ao centro na foto). O discurso em si martelou uma palavra: "não" apareceu 61 vezes. A ironia é que a palavra impeachment apareceu 15 vezes e golpe, apenas oito.
O discurso da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) fez Brasília praticamente parar para ver a petista no Senado defendendo o seu mandato. Não houve sessão na Câmara, e o interino Michel Temer (PMDB) se enfurnou no Palácio do Jaburu. Os únicos que não estavam vidrados nas telas eram os petistas, que disputavam uma foto ou autógrafo de Dilma, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou de Chico Buarque (os dois ao centro na foto). O discurso em si martelou uma palavra: "não" apareceu 61 vezes. A ironia é que a palavra impeachment apareceu 15 vezes e golpe, apenas oito.
Houve crime
Se o longo discurso de Dilma era para convencer os indecisos e fazer os decididos pelo "sim" mudar de lado, não deu certo com o senador gaúcho Lasier Martins (PDT). Defensor convicto do impeachment, mesmo com as ameaças do presidente do seu partido, Carlos Lupi, Lasier foi taxativo: "houve crime". "Compactuo do entendimento de que houve crime fiscal, pois a Constituição Federal exige que a suplementação de credito orçamentário ocorra mediante autorização do Congresso", disse. Dilma respondeu. "Abrimos créditos suplementares, mas não deixamos que esses créditos suplementares aumentassem as despesas."
Encontro emocionante
Era para Dilma se emocionar, mas quem soltou lágrimas foi o senador gaúcho Paulo Paim (PT). Ao relatar o encontro com a presidente afastada, não conseguiu se segurar. "Foi emocionante Devido a esse momento", começou a frase. Ficou quieto, suspirou e voltou a falar. "O ataque não é a ela, é ao processo democrático. Junto com ela, enfrentei a ditadura; e sabemos como foi difícil chegar à democracia", disse, finalmente, o senador.
Disputa narrativa
Dilma e a senadora gaúcha Ana Amélia (PP) tiveram um pequeno conflito sobre o nome e a narrativa do processo. "A sua presença aqui legitima o julgamento e derruba a narrativa do golpe. O verdadeiro golpe foi contra milhões de brasileiros desempregados e milhares de jovens que ficaram, entre outras coisas, sem o Prouni e sem o Fies", disse Ana Amélia. Dilma foi direta. "O que se está fazendo é, na verdade, encobrir uma tentativa de tirar um governo que chegou a este momento pelas urnas por um governo que não teve voto e que está implantando um programa que não foi eleito."
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