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A voz do Pastor

- Publicada em 01 de Setembro de 2016 às 00:21

Calcutá é aqui

Dom Leomar Brustolin
A crescente onda de violência que atinge Porto Alegre, os desafios de uma sociedade mais justa e a difusão de radicalismos e posturas de intolerância em todos os âmbitos provocam uma reflexão sobre a nossa situação no século XXI.
A crescente onda de violência que atinge Porto Alegre, os desafios de uma sociedade mais justa e a difusão de radicalismos e posturas de intolerância em todos os âmbitos provocam uma reflexão sobre a nossa situação no século XXI.
Geralmente nos causa impacto as notícias que chegam do exterior: o terremoto na Itália, a fome na África, o terrorismo na França, a contaminação do solo e das águas em Mariana. São sinais de que vivemos conflitos graves que precisam de uma nova postura da vida humana no planeta. Esse olhar global e essa preocupação geral têm incidência local e particular.
Ao nosso redor, é urgente repensar a questão da segurança, mas isso significa rever toda a proposta da educação que estamos promovendo. Mas como fazer isso em analisar a situação da família e da pessoa no atual contexto?
Rever a nossa relação com o outro, consigo mesmo, com o mundo e com Deus deixou de ser urgência de grupos religiosos. Trata-se de uma revisão que se impõe a toda comunidade humana.
Um exemplo dessa nova postura desejada, mas nem sempre alcançada, foi a vida da Madre Teresa de Calcutá, que será proclamada santa pelo Papa Francisco no próximo domingo. Teresa nasceu na Albânia, em 1910, fundou uma congregação religiosa para cuidar dos mais pobres de Calcutá, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1979 e foi chamada de "santa das sarjetas".
Teresa entendeu que os desafios de Calcutá estão em toda parte. Ela viveu entre hindus e muçulmanos e promoveu o diálogo e a tolerância. Ela enfrentou a incompreensão de políticos locais, mas respondeu com a prática desinteressada da solidariedade. Foi acusada de assistencialista por alguns intelectuais, e ela serenamente continuou o seu caminho curando as feridas e confortando moribundos. Ela viveu no meio do conflito e foi instrumento de paz. Ela foi alvo de perseguições, mas não revidou com violência.
Hoje, Teresa, independentemente da religião que cada um professa, é um sinal eloquente para todas as Calcutás. Toda vez que polarizamos e radicalizamos questões políticas, religiosas, sociais e culturais; quando o time de futebol ou a crença nos fazem ver o outro como inimigo, então já começamos a nos degradar como seres humanos. Pode parecer mais fácil ser violento, mas é melhor e urgente pacificar pelo diálogo, pelo respeito e pelo cuidado uns dos outros. Que Teresa, a cuidadora de Calcutá, ensine-nos a cuidar de Porto Alegre!
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