Petrobras fará redução de 12,5% nos investimentos previstos

A Petrobras decidiu reduzir seus investimentos para US$ 17,5 bilhões neste ano, um corte em torno de 12,5% em relação aos US$ 20 bilhões previstos inicialmente. A informação foi divulgada pela diretoria da companhia durante teleconferência com analistas de mercado, na sexta-feira, sobre os resultados financeiro do segundo trimestre, que haviam divulgados na véspera.

No primeiro semestre deste ano, a Petrobras investiu US$ 11 bilhões. De acordo com o diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro, o ritmo dos projetos não acompanhou o valor estimado. "Acreditamos em uma ligeira recuperação (do nível de investimentos) no segundo semestre, mas é claro que ficará abaixo do Capex (termo usado para investimento) inicialmente planejado", explicou Monteiro.

A diretora de Exploração & Produção (E&P) da Petrobras, Solange Guedes, afirmou que o não cumprimento da meta de investimento se deve, principalmente, ao atraso na entrega das encomendas pelos fornecedores, de projetos de longo prazo.

"Temos uma perspectiva de melhoria neste segundo semestre, mas, evidentemente, uma parcela relevante não vai se recuperar", explicou. "O não cumprimento da entrega das encomendas refere-se a projetos de longo prazo, que não têm impacto relevante para a produção de 2016. Temos todos os recursos para garantir nossa produção de curto prazo", garantiu Solange.

Ela destacou que a meta de produção de petróleo no ano - de uma média de 2,1 milhões de barris por dia - será cumprida e que em algum momento, até o fim do ano, será atingida a marca recorde de 2,3 milhões de barris. A diretoria da Petrobras tem programadas novas reuniões para mais uma etapa de discussões visando à elaboração do Plano de Negócios 2016/20 da companhia. "Teremos uma terceira fase de discussões sobre o plano de negócios, que ficará pronto em setembro", disse Monteiro.

Desse novo plano depende o número de sondas com o qual a estatal vai trabalhar. A companhia já reduziu o número de sondas de 48, no ano passado, para 31. A Petrobras também continua negociando com fornecedores para descontratar mais algumas sondas ou reduzir custos de aluguel. O Plano de Negócios 2015/19 prevê investimentos de US$ 98,4 bilhões.

Também na semana passada, a Petrobras anunciou a mudança na presidência da Petros, fundo de pensão dos funcionários da companhia. O Conselho de Administração da estatal aprovou, na quinta-feira, levar ao Conselho Deliberativo da Petros a indicação para nomear Walter Mendes para o comando do fundo.

Mendes era um dos membros do Conselho de Administração da Petrobras. De acordo com a petrolífera, ele tem larga experiência no setor de gestão de recursos de fundos de pensão, e sua indicação faz parte do processo de reformulação e mudanças na governança da Petros, que vem sendo implementado há um ano. O fundo Petros registrou um rombo atuarial de R$ 22,6 bilhões em 2015.

Se for aprovado, Mendes substituirá Henrique Jäger, que assumiu em março do ano passado, indicado pelo então presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. A nomeação de Mendes, porém, depende de confirmação pelo Conselho Deliberativo da Petros. A Petrobras informou que Mendes renunciou na semana passada mesmo ao cargo de conselheiro e à presidência do Comitê de Auditoria Estatutário da companhia.