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JC Logística

- Publicada em 11 de Agosto de 2016 às 21:47

Aumenta a presença de balões perto de aeronaves

Baloeiros infringem a lei e estão sujeitos a penas que vão de multas à prisão

Baloeiros infringem a lei e estão sujeitos a penas que vão de multas à prisão


APU GOMES/FOLHA PRESS/JC
Em apenas sete meses, o ano de 2016 já tem 312 registros de balões perto de aeronaves e de aeroportos. O número é praticamente o observado em todo o ano de 2014 ou de 2015 (336 e 325, respectivamente) e, segundo pilotos e administradores de aeroportos, trazem insegurança à aviação do País. Os dados são gerados por pilotos e operadores aeronáuticos e registrados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Aeronáutica.
Em apenas sete meses, o ano de 2016 já tem 312 registros de balões perto de aeronaves e de aeroportos. O número é praticamente o observado em todo o ano de 2014 ou de 2015 (336 e 325, respectivamente) e, segundo pilotos e administradores de aeroportos, trazem insegurança à aviação do País. Os dados são gerados por pilotos e operadores aeronáuticos e registrados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Aeronáutica.
De acordo com o levantamento de ocorrências, o estado de São Paulo é o campeão no registro de balões próximos a áreas de voo, com 61% dos casos. Em segundo e terceiro lugares estão o Rio de Janeiro, com 23%, e o Paraná, com 10% das ocorrências, respectivamente.
Próximos ao aeroporto de Guarulhos, o mais movimentado do País, foram registrados 69 balões em 2016. A administração local afirma que, de janeiro a junho deste ano, 39 balões caíram no terreno do aeroporto. Ou seja, mais de três quedas a cada quinzena.
Em alguns desses casos, ainda em chamas, os balões acabam caindo próximos a tanques de combustível ou de aeronaves. Para o Sindicato Nacional dos Aeronautas, que representa a tripulação que trabalha em companhias aéreas, campanhas recentes feitas por associações de pilotos impulsionaram os registros de proximidade com balões.
"O que ocorria é que, mesmo sendo comuns, essas ocorrências não eram sempre registradas pelos pilotos", afirma Matheus Ghisleni, diretor de segurança do sindicato dos aeronautas e piloto há 10 anos na aviação civil.
"As aeronaves são certificadas para suportarem o impacto de uma ave de 1,8 kg. Imagine o efeito de uma colisão com um balão que, às vezes, chega a carregar 300 kg de fogos de artifício", explica Ghisleni.
Mas não é só o impacto com o balão que pode gerar risco para o voo. Em 2011, um avião que partiu do aeroporto Santos Dumont, no Rio, se chocou com um banner que estava sendo carregado por um balão a 3.000 metros de altitude.
O material se prendeu na fuselagem e entupiu os tubos de pitot de um Airbus A319. Com a obstrução, o avião que transportava 101 pessoas ficou sem a leitura digital de sua velocidade e altitude. Esse foi um dos defeitos que levaram, por exemplo, à queda sobre o Atlântico do voo 447, da Air France, em 2009.
Por isso, segundo o Cenipa, até mesmo balões que não utilizem fogo para propulsão são perigosos para a aviação. No caso do voo que partiu do Santos Dumont, no Rio de Janeiro, o avião acabou pousando em Belo Horizonte, em segurança.
A Polícia Militar Ambiental paulista disse que neste ano já apreendeu 118 balões ou partes de balões no estado de São Paulo. No Rio de Janeiro, a polícia apreendeu 107 balões. Em uma única operação, há duas semanas, foram apreendidos 68 balões, com lanternas e fogos de artifício em uma casa.
A punição para quem fabrica, vende e solta balões vai de multa a até três anos de prisão. Segundo as duas polícias ouvidas, é possível também que o baloeiro seja enquadrado no crime de expor aeronaves a perigo. Esse crime seria aplicável até em casos onde o balão não dispõe de material em combustão e é solto à base de ar quente.
Para o presidente da Confederação Brasileira de Baloeiros, Marcos Real, 51 anos, a ameaça de balões a aeronaves é "exagerada" por setores da aviação. "Em 100 anos de convívio entre balões e aviões, não há relatos de acidentes no País", disse.
Real afirma ainda que a regulação da soltura dos balões é o melhor caminho para que se afaste o risco de acidentes. Para isso, ele condena a soltura de balões com fogo ou fogos de artifício. Ele defende a soltura de balões em áreas controladas, com tempo de voo previsível e com aviso prévio à Aeronáutica. Atualmente, um projeto de lei na Câmara tenta legalizar esta modalidade de balões.
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